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Outro lado
Empresas de leite dizem ter recolhido lotes irregulares
Fraudes ocorreram no transporte do produto; nomes das transportadoras não foram divulgados
As empresas Italac, Líder e Vonpar (da marca Mumu) afirmam que as fraudes detectadas na investigação do Ministério da Agricultura ocorreram no transporte do leite, antes da industrialização.
Os nomes das transportadoras não foram divulgados.
A Italac disse que foi um "problema pontual" e que todos os lotes identificados foram retirados do mercado.
A Vonpar afirmou que "atende a todos os requisitos e protocolos de testes de matéria prima exigidos pelo Ministério da Agricultura".
A Líder afirmou que o lote irregular foi retirado do mercado "tão logo a companhia tomou conhecimento da possibilidade de existir um problema de qualidade".
A empresa, citada na investigação por ter "histórico de autuações por recebimento de leite cru alterado" na região de Crissiumal, afirmou que descredenciou cinco transportadoras terceirizadas e "também decidiu fechar um dos postos de resfriamento por causa da ação de fraudadores na região".
A Líder disse ainda que segue todas as regras de fiscalização exigidas e que, desde janeiro, reforçou a fiscalização do leite recebido. A empresa disse que "faz dupla checagem, nos postos de resfriamento e na fábrica, e desde janeiro não detectou nenhuma adulteração".
A Latvida negou que seus produtos tenham apresentado formol e que apenas o lote 196, fabricado em 16 de fevereiro, apresentou características fora do padrão. Por esse motivo, a maior parte do lote sequer deixou a fábrica e foi descartado mesmo após ter ocorrido a liberação, que aconteceu no dia 24.
Sobre a interdição de sua fábrica, a Latvida disse que recebeu o documento com surpresa, já que o lote já havia sido antes. Mas, ressalta a empresa, as atividades foram suspensas enquanto trata do assunto com as autoridades.
A fábrica da Latvida foi interditada por ter descumprido ordem de suspensão do processamento de leite. Três postos de refrigeração foram interditados no Estado.
A Folha não localizou os advogados dos oito presos.
A Secretaria Nacional do Consumidor notificou as quatro empresas para prestarem esclarecimentos sobre o envolvimento delas na fraude.