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Polícia indicia 4 por mortes após ressonância
Três pacientes passaram mal e morreram em janeiro no hospital Vera Cruz, em Campinas
A Polícia Civil indiciou quatro médicos pelas mortes de três pessoas que passaram mal após a realização de exames de ressonância magnética em janeiro no hospital Vera Cruz, de Campinas (a 93 km de São Paulo).
Os médicos indiciados são Adilson Prando e José Luiz Cury Marins, donos da RMC, empresa responsável pelas ressonâncias dentro do hospital, e seus filhos Patrícia Prando Cardia e Marcos Marins, que trabalham na administração da RMC.
Os quatro foram indiciados por homicídio com dolo eventual --segundo a polícia, não tinham a intenção de matar, mas assumiram o risco.
Segundo a investigação, as mortes ocorreram porque uma auxiliar de enfermagem recém-contratada preparo por engano uma substância industrial (perfluorocarbono) para injetar nos pacientes.
O perfluorocarbono era usado, em caráter experimental, em algumas ressonâncias para auxiliar na visualização das imagens.
O produto estava guardado numa bolsa de soro reutilizada e sem identificação. A funcionária que cometeu o erro não foi indiciada.
O advogado da RMC, Ralph Tórtima Stettinger, afirmou que o dolo eventual não se aplica ao caso porque os médicos, "como proprietários, não tinham o papel de conferir [os materiais]".
O suposto erro, segundo Stettinger, "poderá ter sido da enfermagem", que era responsável por conferir os produtos utilizados.
A defesa disse ainda que não havia produtos "misturados em um mesmo lugar".