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País em protesto
Alckmin cede a protestos pela 3ª vez em uma semana
Após atos na periferia de São Paulo, governador aumenta valor de bolsa-aluguel
Governador cobrou recursos de Dilma para obras de mobilidade como extensão da linha 5- lilás do metrô
Pela terceira vez em menos de uma semana, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) cedeu a pedidos feitos por manifestantes que têm ocupado as ruas da cidade.
No final da manhã de ontem, após atos na periferia da capital, anunciou aumento no valor de parte da bolsa-aluguel paga a famílias que esperam moradia de programas do governo. O benefício mensal foi de R$ 300 para R$ 400 e deve beneficiar 1.700 famílias.
O impacto calculado pela Secretaria de Habitação é de R$ 2 milhões anuais.
Anteontem, Alckmin já havia anunciado a suspensão do reajuste do pedágio nas rodovias privatizadas e, na última quarta-feira, a redução da tarifa do transporte público de R$ 3,20 para R$ 3 --junto com o prefeito Fernando Haddad (PT).
Antes de falar sobre o reajuste no bolsa-aluguel, o governador cobrou recursos do governo federal para obras de mobilidade no Estado --anteontem, a presidente Dilma Rousseff prometeu liberar R$ 50 bilhões para projetos do setor em todo o país.
O grupo beneficiado pelo reajuste no bolsa-aluguel protestou ontem na região do Palácio dos Bandeirantes, sede do governo. Havia integrantes de dois grupos que se uniram --um que saiu do metrô Capão Redondo (zona sul) e outro que que deixou o largo do Campo Limpo (zona sul).
Cerca de 300 pessoas, de acordo com a PM, e de 500, segundo os manifestantes, pararam a ponte João Dias nos dois sentidos por quase uma hora. O grupo cogitou andar até o Bandeirantes e só deixou a ponte após saberem que integrantes haviam sido recebidos pelo governador.
No total, durante a manhã de ontem, três protestos organizados pelo MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) e pela Periferia Ativa, com apoio do Movimento Passe Livre, aconteceram simultaneamente na cidade --os dois na zona sul e um na zona leste.
A questão da moradia estava na pauta de reivindicação dos manifestantes, que pediam controle no valor dos aluguéis e o fim de despejos.
Outros pedidos eram tarifa zero para transporte público, a desmilitarização da polícia e investimento em saúde e educação, e não na Copa.
Alckmin pediu a inclusão de três projetos já existentes do governo paulista no pacote de mobilidade federal: a extensão da linha 5-lilás do metrô, com custo estimado em R$ 2 bilhões; um trecho de 24,5 quilômetros de corredor de ônibus na região de Campinas (R$ 380 milhões); e a reforma de de 30 estações da CPTM, (R$ 1,2 bilhão).
"A participação do governo federal é essencial. Não precisa ter 100% de recurso federal. O que tiver nós aceitamos e agradecemos."
Ao expor os pedidos, Alckmin quer evitar que Dilma capitalize o anúncio do pacote antes de liberar os recursos. O governador disse ainda que não cortará investimento em transporte para compensar o fim do aumento da tarifa.