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Jaguaré tem maior alta de roubos da capital

Bairro registrou aumento de 124,6% de crimes nos primeiros cinco meses; vizinha, Osasco lidera entre as maiores cidades

Moradores dizem que já não procuram mais a polícia para dar queixa por temer ladrões e não acreditar em punições

DE SÃO PAULO

No bairro de São Paulo que registrou o maior aumento no número de roubos de janeiro a maio deste ano, é difícil encontrar uma rua onde ninguém tenha sido assaltado, principalmente entre pequenos comerciantes.

De responsabilidade do 93º Distrito Policial, o Jaguaré (zona oeste) teve 1.015 casos de roubos registrados de janeiro a maio, 124,6% a mais que no mesmo período de 2013.

Nem todas as vítimas, porém, prestam queixa na delegacia. As alegações para isso vão desde medo de retaliação dos ladrões até a descrença no trabalho da polícia e no sistema judiciário.

Por volta das 19h30 de uma quarta-feira de abril, Osvaldo Rodrigues Neto, 56, estava sozinho em seu bar quando um ladrão, fingindo ser cliente, pediu para usar o banheiro.

"Ele chegou com uma arma, me trancou no banheiro e levou celular, cigarros e dinheiro", contou Rodrigues Neto, que estimou o prejuízo em cerca de R$ 2.200, além do aparelho telefônico novo.

O comerciante já havia reforçado as trancas nas portas, porque o estabelecimento fora arrombado e furtado outras três vezes só neste ano.

Rodrigues fez boletim de ocorrência só no primeiro furto. Depois, achou que não valia a pena --inclusive em abril, quando foi roubado.

Na mesma rua, a Engenheiro Victor Freire, Willian Ângelo de Jesus, 30, teve um computador e um telefone roubados de dentro de sua loja de celulares.

O expediente havia acabado, mas ele deixou a porta semiaberta porque estava terminando um serviço. Três rapazes, em duas motos, pararam em frente. Dois deles, armados, entraram na loja.

"Ele [o criminoso] estava com medo e falava: Não olha para a minha cara que eu atiro'", disse. Ele também não prestou queixa. Colocou um cartaz proibindo a entrada de pessoas usando capacete.

A poucos metros dali, na rua Barcelona, onde há farmácias, mercados e lojas, os relatos sobre assaltos na região são frequentes.

"Todo mundo da rua já foi assaltado. O sujeito chega armado e leva o dinheiro do caixa, enquanto outro espera do lado de fora no carro", disse o funcionário de um pet shop, que pediu para não ser identificado. O último roubo no estabelecimento foi em maio.

O Jaguaré faz divisa com Osasco, a cidade que registrou o maior aumento de roubos, de janeiro a maio, entre os municípios do Estado com mais de 100 mil habitantes. O crescimento foi de 117,6%.

Todos os DPs da zona oeste paulistana tiveram alta de roubos nos cinco primeiros meses do ano. No Butantã, por exemplo, o aumento foi de 74,4%. Em Pinheiros, de 70%. Na área da Ceagesp, de 52,4%. Os três DPs são vizinhos do Jaguaré.


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