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Luiz Portugal Albuquerque (1956-2014)
Cultivava plantas e bons amigos
ANDRESSA TAFFAREL DE SÃO PAULOCaminhar pela rua com Luiz Portugal era um exercício também para os olhos. A todo o instante, algo precisava ser admirado: das folhas de uma planta diferente à combinação formada por um tronco retorcido com o céu.
Luiz era um apaixonado por plantas. Recordava-se de, quando garoto, passear pelas palmeiras raras no jardim do avô Heitor, colecionador de vegetação ornamental que se tornou uma de suas primeiras referências para a futura carreira como paisagista.
Era ainda descendente de duas das mais notáveis famílias de engenheiros, arquitetos e paisagistas de São Paulo --os Portugal e os Albuquerque--, mas sempre preferiu não fazer alarde sobre isso.
Agregador e bem-humorado, reunia os amigos com frequência e cuidava de toda a "logística" dos encontros, como escolher a melhor data para todos e enviar e-mails.
As filhas, Marina e Tereza, recordam-se de um pai "que achava graça em cada besteira" e que valorizava momentos simples ao lado delas, como caminhar na praia sob a luz da lua ou deitar no chão da sala à noite, no escuro e ouvindo música.
Há quatro anos, reencontrou Jade, namorada dos tempos de faculdade e com quem agora estava casado. Gostavam de relembrar as histórias do passado e as cartas enviadas por ele enquanto fazia arquitetura em Campinas (SP).
Morreu na quinta-feira (3), aos 57 anos, após uma embolia pulmonar. Deixa Jade, as duas filhas e os três irmãos.
A partir do meio-dia de hoje (10/7) será realizada a missa do sétimo dia, na igreja São José, no Jardim Europa.