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André Olivieri Setaro (1950-2014)

Cultivou a memória do cinema

GUILHERME SETO DE SÃO PAULO

"Eu acho que não existe uma palavra que seja capaz de descrever a vida de um homem", diz o repórter Thompson em "Cidadão Kane", de 1941, que André Setaro tinha como o melhor filme já feito.

Contudo, a palavra "cinema" diz muito da vida do crítico e professor universitário.

Nascido no Rio, partiu ainda criança para a Bahia, de onde não mais sairia. Formado em direito, alimentou sua cinefilia na cultura cinematográfica da Bahia dos anos 1960, quando foi aluno do crítico Walter da Silveira.

Em 1979, começou a ensinar audiovisual na Universidade Federal da Bahia. Iria se aposentar em agosto deste ano.

A crítica e o cinema do século 20 encantavam-no, e seus textos publicados desde 1974 no jornal "Tribuna da Bahia" voltavam-se sempre a esse universo, salpicando referências a nomes como Paulo Emílio Salles Gomes e Ingmar Bergman.

Queria transportar seu leitor a um momento melhor que o atual, em que os críticos viraram "resenhistas" e os filmes são feitos "em série, como salsichas", dizia.

Nas redes sociais, praticava o humor reconhecido por amigos e alunos, compartilhando fotos de sua musa, Brigitte Bardot, e defendendo seu direito de fumar tranquilamente onde quisesse.

O último filme a que assistiu na tela grande foi "Hiroshima, Mon Amour", de 1959, de Alain Resnais, um dos seus diretores preferidos. Nele, aparece a questão que o saudosista Setaro repetia: "Por que negar a evidente necessidade da memória?".

Morreu na quinta (10), aos 63, após infarto. Deixa a viúva, Irene, e a filha, Francesca.


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