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'Desvio acontece; o importante é punir', diz Kassab Prefeito afirma que apuração pedida por ele dá a sua administração uma 'imagem de respeito' DE SÃO PAULOO prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD), disse ontem que irregularidades são comuns na administração pública, mas sua gestão está pronta para puni-las. De acordo com ele, a suspeita de corrupção sobre o ex-diretor Hussain Aref Saab, responsável pela liberação de alvarás de prédios na cidade, foi descoberta e está sendo apurada pela própria prefeitura, por meio da Corregedoria-Geral do Município. "Desvio acontece sempre. O importante é descobrir e punir. Nós descobrimos e estamos punindo", afirmou. Aref, como é conhecido, deixou o cargo no mês passado, após a Corregedoria e o Ministério Público começarem a investigar um suposto esquema de corrupção em seu departamento. Kassab pediu a abertura da apuração. Aref nega as acusações. No domingo, o "TV Folha" revelou que o patrimônio de Aref explodiu após 2005, quando ele assumiu o cargo, por nomeação do então prefeito José Serra (PSDB) e indicação do próprio Kassab, vice à época. Serra, pré-candidato tucano à prefeitura, disse ontem, por meio de nota, que "todos os esclarecimentos sobre o caso já foram ou estão sendo dados pela prefeitura". Kassab afirmou que, quando qualquer gestão se dispõe a investigar irregularidades administrativas, "fica uma imagem de muito respeito da administração pública". "Vamos fazer tudo o que é correto para investigar o caso. A Corregedoria tem total autonomia para investigar." O corregedor-geral do município, Edilson Mougenot Bonfim, disse ontem que sua investigação agora vai tentar identificar "se há relação entre os imóveis adquiridos [por Aref] e alvarás concedidos". Bonfim disse também que recomendou o afastamento preventivo de outros dois funcionários do Aprov citados na denúncia anônima que originou a investigação sobre Aref, embora não haja prova sobre nenhum deles. O corregedor não revelou os nomes dos servidores. Em relação a Aref, disse Bonfim, há suspeita de crimes de corrupção, prevaricação, concussão (extorsão praticado por funcionário público) e formação de quadrilha. A Folha apurou que a Corregedoria pode receber o reforço de mais funcionários para fazer uma auditoria nos processos de aprovação dos alvarás de empreendimentos. O Ministério Público também abriu ontem uma investigação contra Aref por suspeita de enriquecimento ilícito. A nova investigação é baseada na reportagem da Folha e em "documentos sigilosos". A Secretaria da Segurança Pública informou que a Delegacia de Polícia de Proteção à Cidadania instaurou um inquérito para investigar o caso. A pasta informou que "está pedindo" ao delegado Luiz Fernando Saab informações sobre o caso. O delegado é filho de Aref e um dos sócios (com o pai, a mãe e uma irmã) da empresa SB4 Patrimonial, que adquiriu 46 imóveis desde a criação, em 2008. PRÉ-CANDIDATOS Pré-candidato do PT a prefeito, Fernando Haddad afirmou que a falta de transparência na aprovação de empreendimentos imobiliários na cidade permite "ações oportunistas de agentes 'empoderados' pelo prefeito". Pré-candidato do PMDB, Gabriel Chalita afirmou, via assessoria: "Fiquei impressionado com a reportagem. A acusação é muito grave". Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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