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Kassab vê fraude em documento e diz que vai demolir Bahamas Para o governo, documentação apresentada pelo empresário Oscar Maroni à prefeitura e Anac tinha informações falsas Mapa entregue mostra prédio fora da área de ruído de Congonhas, o que a Anac contesta; Maroni vê perseguição EVANDRO SPINELLIDE SÃO PAULO A Prefeitura de São Paulo quer demolir a boate Bahamas, do empresário Oscar Maroni, desafeto do prefeito Gilberto Kassab (PSD) e do secretário Orlando Almeida Filho (Controle Urbano). O Oscar's Hotel, que Maroni constrói em terreno vizinho ao Bahamas, em Moema (zona sul), também já tem processo de demolição. A gestão Kassab alega que Maroni usou informações falsas para levar a própria prefeitura, a Aeronáutica e a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) a um erro. Documentos apresentados por Maroni aos órgãos mostram que o Bahamas está fora da zona de ruído do aeroporto de Congonhas. Dentro dessa área é proibida a instalação de hotéis, motéis e flats. Maroni quer obter a licença do Bahamas como hotel balneário -o local tem 24 quartos, sauna, piscina, além de um palco para shows. A linha que estabelece o que está dentro e o que está fora dessa área, segundo o mapa apresentado por Maroni, passa justamente entre o Bahamas e o Oscar's Hotel. No entanto, um documento enviado pela Anac ao secretário Almeida Filho neste mês aponta que o local fica dentro da área de ruído. Pelo mapa oficial, a divisa da zona de ruído passa na praça em frente ao Bahamas, que está dentro da área. Em 2010, a Anac havia informado a Maroni que o Bahamas estava fora da área. Na ocasião, a carta foi elaborada com base em coordenadas cartográficas informadas pelo próprio Maroni. E o documento fez essa ressalva. Na nova correspondência, a agência se retrata e diz que o local realmente não pode abrigar flat ou hotel. O documento diz ainda que, sendo constatado que o documento é falso, a prefeitura deve recorrer à Justiça para apurar responsabilidades criminais. A prefeitura vai notificar Maroni de que todos os alvarás concedidos ao Bahamas desde sua construção, na década de 1990, serão anulados e que o prédio deve ser demolido total ou parcialmente. PERSEGUIÇÃO Maroni diz que o processo é perseguição de Kassab e Almeida e negou fraude ou falsificação de documentos. "Se não querem que eu faça hotel, faço uma clínica de massagem. Mas o que estão fazendo comigo é agressividade, uma covardia. Estão usando a máquina administrativa para me prejudicar." Segundo ele, os dados informados à Anac são coordenadas topográficas calculadas por um profissional especializado. "Isso é matemática, não pode estar errado." Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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