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Análise É preciso lutar pelo respeito à calçada, o espaço primário dos pedestres EM 2011, AS MOTOCICLETAS CAUSARAM O ATROPELAMENTO E MORTE DE 138 PEDESTRES NA CIDADE (22,4% DO TOTAL DE MORTOS) EDUARDO BIAVATIESPECIAL PARA A FOLHA O aumento do número de motocicletas em circulação, as baixas velocidades do sistema viário e a fragilidade da fiscalização criaram um modo paulistano de conduzir a motocicleta: no "corredor". Foi como um não-veículo que a motocicleta se incorporou ao trânsito, inventando um espaço que jamais existiu em qualquer projeto de engenharia e na lei de trânsito. Em nome da lógica da agilidade, a tomada do "corredor" pelos motociclistas subtraiu deles mesmos e dos demais condutores e pedestres a segurança de circulação. A invisibilidade da motocicleta no "corredor" é fatal ao motociclista, mas não só para ele. Em 2011, as motocicletas causaram o atropelamento e morte de 138 pedestres na cidade (22,4% dos pedestres mortos no trânsito). Investigação conduzida pela CET já revelava em 2009 que mais de 2/3 dos atropelamentos envolvendo motocicletas ocorriam em meio de quadra, ou seja, durante a travessia dos pedestres, enquanto buscavam brechas entre os veículos parados. A formação do "corredor" exige pista dupla e, no mínimo, duas faixas por sentido. Quando isso não ocorre -como na rua Augusta, o motociclista cria uma posição para o "corredor": circula sobre a sinalização horizontal dupla amarela ou com a moto na faixa de sentido contrário. E quando nem a contramão é possível? Ocupa-se a calçada simplesmente. Longe dos olhos da zona de máxima proteção ao pedestre, descobrimos que não bastam as faixas de travessia e o gesto decidido de sinalizar o uso da faixa. É preciso lutar pelo respeito à calçada, o espaço primário da segurança do usuário mais frágil do trânsito. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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