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Avaliação do ensino médio será mantida, diz ministro Prova Brasil, feita por amostragem, será usada enquanto Enem não for adaptado A substituição foi criticada por educadores, que veem tentativa de mascarar os resultados ruins FÁBIO TAKAHASHIDE SÃO PAULO O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, afirmou ontem que manterá o atual sistema de avaliação de estudantes do ensino médio enquanto o Enem não estiver completamente adaptado para analisar essa etapa. Há duas semanas, ele disse que pretendia alterar o sistema de avaliação, após dados oficiais mostrarem que a etapa estacionou em patamar insatisfatório de qualidade. A proposta foi criticada por educadores, que entenderam que a mudança poderia ser uma manobra para mascarar os resultados ruins. E que haveria perda da série histórica, iniciada em 1995. Hoje, o ensino médio é avaliado por amostra de 70 mil alunos, por meio da Prova Brasil. A ideia do ministro é substituir esse sistema pela prova do Enem, que no ano passado contou com 1,5 milhão dos quase 2 milhões de formandos no ensino médio. Criado para ser uma autoavaliação dos estudantes, o Enem hoje define quem ingressará no ensino superior via programas federais, como Fies e o Prouni. Também é usado por instituições privadas como parte da nota. O problema apontado por quem critica o Enem para avaliar o ensino médio é que, como o exame não é obrigatório, a avaliação oficial poderia passar a desconsiderar os que têm mais dificuldades, que nem sequer prestam a prova. E as notas melhorariam artificialmente. Segundo Mercadante, o sistema amostral será mantido "o tempo necessário", até que o Enem esteja adaptado para a função de avaliar a etapa final da educação básica. "Não teremos nenhuma iniciativa de amenizar o quadro do ensino médio", afirmou o ministro à Folha. Mercadante diz que uma das vantagens da substituição é que passará a haver dados e metas por escola. O desafio é definir como tratar na avaliação os formandos que não prestam o Enem. Uma ideia é tornar a prova obrigatória. Também poderá haver correções estatísticas. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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