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Paulistanos vão dar 'cara' a 54 trens do Metrô Quase mil obras estão concorrendo para enfeitar monotrilho na zona leste Qualquer pessoa com mais de 18 anos pode participar do processo de seleção; inscrições terminam amanhã MARIANA DESIDÉRIODE SÃO PAULO São Paulo, uma cidade tipicamente cinzenta, vai ficar (bem mais) colorida. O Metrô abriu um concurso de arte para decorar os trens do monotrilho da linha 2-verde, que devem circular na zona leste paulistana a partir de 2013. Nas primeiras duas semanas, o concurso teve 999 obras inscritas. Qualquer um pode participar, desde que tenha mais de 18 anos. "Na hora do trânsito, a pessoa vai ver algo bonito, que pode representar algo da sua vida", diz a artista Suzette Marcatto, que inscreveu cinco obras suas. Diferente do metrô, o monotrilho atravessa a cidade por vias elevadas e é criticado por moradores das áreas por onde vai passar. O medo é de que haja um "efeito Minhocão", com a degradação do entorno da linha. O Metrô, porém, nega que o objetivo do concurso seja combater as críticas. Serão decorados 54 trens. ARTE GANHA A RUA A iniciativa do Metrô é mais uma dentro da onda de incentivo à arte de rua em São Paulo. Neste ano, três obras gigantes apareceram em prédios na Paulista, na Faria Lima e na Consolação. As pinturas são de Rui Amaral, da dupla Mulheres Barbadas e do Estúdio Colletivo e foram bancadas pela empresa GE. A incorporadora Brookfield também levou obras dos artistas Binho Ribeiro e Nina Moraes para os tapumes de construções na Vila Nova Conceição e no Morumbi. O cenário para os artistas de rua melhorou muito nos últimos anos, afirma Rui Amaral -conhecido em São Paulo por seus desenhos no túnel entre as avenidas Paulista e Dr. Arnaldo. "As pessoas estão entendendo que tem artistas que gostam de usar a cidade como suporte." Ele conta que, entre os anos 1980 e 1990, quando pintou o túnel da Paulista, foi preso e processado. Hoje, diz, essas abordagens são mais raras. Conseguir autorização para grafitar em áreas públicas também ficou mais fácil, acha Amaral. Entretanto, segundo o artista, a graça do grafite está um pouco no ato ilegal. "Tem essa coisa da liberdade e do protesto. Você acha que o lugar tem que ter um desenho, vai lá e faz", diz. Para quem não está disposto a se arriscar numa intervenção não liberada, ainda dá tempo de participar do concurso promovido pelo Metrô paulistano. As inscrições vão até amanhã. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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