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Os (novos) herdeiros de H. Stern

Dois cariocas tentam obter 'Mega-Sena acumulada' após exame de DNA comprovar que são filhos de fundador de joalheria

FABIO BRISOLLA
DO RIO

Com o respaldo de exames de DNA, dois irmãos cariocas reivindicam na Justiça uma parcela da fortuna deixada por Hans Stern, o fundador da rede de joalherias H.Stern, que morreu em 2007.

Moradores de Copacabana, Nelson, 54, e Milton Rezende Duarte, 52, descobriram ser filhos biológicos do criador da H.Stern, um império construído a partir da venda de pedras preciosas que possui mais de 150 lojas pelo mundo.

Realizado há três meses, o teste comparou as características genéticas de Milton e Nelson com o DNA dos herdeiros legítimos: Roberto, Ricardo, Ronaldo e Rafael, filhos do casamento de Hans com Ruth Stern.

O dentista Milton, 52, soube pela mãe, Adeiza da Silva Rezende, 79, que seu pai biológico poderia ser outro. Até então, acreditava ser filho de Milton Duarte, o pai que inspirou seu nome. A revelação, segundo ele, foi feita há quatro anos, logo após a morte do dono da H.Stern.

Ele recorda as palavras da mãe: "Tenho certeza de que seu irmão é filho de Hans Stern. Já você, eu não sei".

Por sofrer de oligofrenia (deficiência do desenvolvimento mental), Nelson vive sob os cuidados do irmão, que decidiu entrar na Justiça para comprovar a paternidade.

"Durante o processo, descobri por um exame de DNA que tinha o mesmo pai biológico de meu irmão. A partir daí, fui atrás do meu direito."

No Brasil desde 1939, o alemão Hans Stern criou uma firma para vender pedras preciosas nos anos 40. O negócio prosperou e tem hoje representações em 12 países.

A história de Hans e Adeiza, na versão do dentista, teria começado em 1953. Numa visita à joalheria, ela conheceu o alemão, com quem teve um romance de seis anos.

Desde 2010, Milton afirma ter encontrado várias vezes Roberto Stern, herdeiro responsável pelo grupo, na tentativa de chegar a um acordo.

O dentista diz não querer participação nos negócios da família. Seu objetivo é chegar a um acordo financeiro com a ajuda de seus representantes, da Zveiter Advogados.

"O Roberto chegou a me oferecer um apartamento na zona sul e uma remuneração mensal de dez salários mínimos", diz Milton, que recusou a proposta. Ele não especifica números, mas diz que espera obter o equivalente a uma "Mega-Sena acumulada".

Em nota, o escritório Andrade e Fichner Advogados, representante de Roberto Stern e seus irmãos, informa que a família "não pode comentar detalhes do processo, que corre em segredo de Justiça".

Se conseguir ser reconhecido, Milton quer comprar um carro novo para a mulher e reformar o consultório. Talvez compre até uma nova aliança de casamento -a sua foi adquirida na Moreno Joias, concorrente modesta da H.Stern.

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