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Alckmin troca comando da Rota após alta da violência Salvador Madia havia assumido o cargo em novembro do ano passado Secretário da Segurança Pública diz que foi uma mudança de rotina e que troca nada tem a ver com estatísticas
EDITORA DO PAINEL FÁBIO ZAMBELI DO PAINEL Um dia após a divulgação das estatísticas apontando o aumento de homicídios no Estado, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) trocou o comando da Rota, a tropa de elite da Polícia Militar. O tenente-coronel Salvador Madia, que assumiu o cargo em novembro passado, deixa a função após o número de mortos pela Rota ter crescido 45% nos primeiros cinco meses deste ano em relação a igual período de 2011. No último dia 12, suposto confronto entre policiais da Rota e suspeitos de integrarem a facção criminosa PCC resultou em nove mortes numa ação em Várzea Paulista. O tenente-coronel Nivaldo César Restivo assumirá o lugar de Madia. Homem de confiança do secretário Antonio Ferreira Pinto (Segurança Pública), Madia é um dos réus do chamado "massacre do Carandiru", que deixou 111 presos mortos em 1992. Na capital, o total de assassinatos dolosos (com intenção de matar) cresceu 15,2% em agosto deste ano em relação ao mesmo mês de 2011. O secretário negou haver ligação entre os índices de criminalidade e a saída de Madia. Diz ser "ato de rotina", mesma alegação do comando da PM, que publicou ontem promoções e transferências de 75 tenentes-coronéis. "A Rota não participa de taxa de homicídio. Por que não me perguntam sobre a remoção do comandante do batalhão de Itapecerica da Serra? Porque a Rota tem maior visibilidade", afirmou. Questionado se Alckmin foi informado previamente da troca na Rota, disse: "A transferência é ato administrativo, que eu assino. Mas é claro que, quando faço alterações em funções importantes, conto com o aval do governador." Ele negou que a troca tivesse relação com os 20 anos do massacre do Carandiru. "Isso é um absurdo", disse. SURPRESA O major Olímpio Gomes (PDT), membro da Comissão de Segurança da Assembleia, disse não acreditar na ligação entre criminalidade e a saída de Madia. "É uma surpresa porque faz menos de um ano que assumiu. Mas o coronel Nivaldo é um dos oficiais mais próximos ao secretário." A Folha apurou que havia descontentamento de parte da Rota com a forma como o comando tratava os subordinados, entre eles o tenente Rafael Cano Telhada, filho do ex-comandante da Rota, o coronel da reserva Paulo Telhada. E que a situação ficou insustentável após a divulgação ontem dos números com a alta da violência. Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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