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Lugar no mapa Guia feito com a ajuda de moradores localiza ruas do Complexo da Maré e mapeia cerca de 700 vias
DO RIO Graças a um guia preparado com a ajuda dos moradores vai ficar mais fácil localizar um endereço no emaranhado de quase 700 ruas, travessas e becos das 16 favelas que formam o Complexo da Maré, na zona norte do Rio. O complexo é uma das áreas mais violentas da cidade, loteado entre várias quadrilhas de traficantes. Por isso, havia grande dificuldade em mapear as vias internas. A iniciativa de preparar um guia com os endereços do complexo partiu das instituições Redes da Maré e Observatório de Favelas, com apoio de associações de moradores e outras organizações. O levantamento foi feito no segundo semestre de 2011. No "Guia de Ruas Maré 2012", vias que jamais haviam sido catalogadas foram registradas e listadas, por ordem alfabética e com CEP. No total, foram gastos R$ 500 mil no projeto Censo Maré, que também pesquisa renda, escolaridade e cidade onde nasceram cerca de 130 mil moradores -quase o dobro da população da Rocinha. Diretora da ONG Redes da Maré e da Diuc (Divisão de Integração Universidade Comunidade) da UFRJ, Eliana Sousa Silva -autora do livro "Testemunhas da Maré", que trata do tema da violência- afirma que a intenção é "oficializar" as ruas. "Nossa ideia é pensar, com a prefeitura, numa forma de fazer com que todas as ruas ganhem placas de identificação", disse. O Complexo da Maré fica entre duas vias importantes da cidade, a avenida Brasil e a Linha Vermelha. Uma busca em sites como o Google Maps mostra que há grandes áreas não mapeadas -os nomes das ruas não aparecem. Procurada pela Folha para saber se as informações do Censo Maré poderiam ser incorporadas ao site de buscas, a empresa Google demonstrou interesse e pediu o contato dos pesquisadores. Por meio de sua assessoria, informou que já existem "mais de 150 mil quilômetros de ruas, estradas e avenidas disponíveis" no Brasil e que estão "sempre trabalhando para trazer cada vez mais informações para o produto". A atualização da base cartográfica da Maré foi feita a partir de aerofoto cedida pelo IPP (Instituto Pereira Passos), órgão da prefeitura e um dos parceiros no projeto. "Eles só tinham mapeadas as ruas principais. Tivemos que percorrer todos os quarteirões para fazer o levantamento cartográfico", afirmou o geógrafo da UFRJ Felipe da Silva Alves. Há cerca de quatro meses, o instituto iniciou o mesmo processo nas favelas da Rocinha e Santa Marta, no Complexo do Alemão e no morro do Salgueiro. No total, 22 comunidades pacificadas devem ser mapeadas. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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