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Ziná Bertelli Sagula (1929-2012)

Fez trabalho voluntário por 51 anos

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

Notícias sobre saúde eram as preferidas de Ziná Bertelli Sagula, que lia tudo o que saía sobre o assunto. Quando ia ao médico, deixava-o surpreso pelas novidades que levava.

Sobre hepatite B, por exemplo, aprendeu bastante. Cerca de 15 anos atrás, durante uma cirurgia, contraiu o vírus da doença que ataca o fígado.

Logo após saber que estava doente, afastou-se do trabalho. Muito católica, ao longo de 51 anos Ziná havia atuado como uma espécie de zeladora na igreja São José do Belém, na zona leste de São Paulo. Era um trabalho voluntário.

Filha de um trabalhador do porto, nasceu em Rio das Pedras, um distrito de Paranaguá (PR). O pai, com menos de 50 anos, não resistiu a um infarto e, quando morreu, a família se mudou para Curitiba.

Lá, estudou numa escola de freiras francesas. Aos 17 anos, mudou-se para São Paulo porque a mãe, enfermeira, veio trabalhar na capital paulista.

Num baile, conheceu o marido, Dante Sagula, um imigrante italiano com quem se casou em 1951, na mesma igreja onde mais tarde trabalharia. Tiveram três filhos.

No final dos anos 80, o marido, alfaiate, teve um câncer de intestino e morreu três meses após descobrir a doença.

A filha Eliana lembra que a mãe era muito séria e comedida, ao contrário de Dante, um brincalhão. Gostava de tudo certinho e, embora às vezes fosse brava, era amorosa.

Sua hepatite desencadeou uma cirrose. Ontem, teria feito 83 anos não tivesse morrido na sexta (5), de falência de órgãos. Teve cinco netos.

Haverá uma missa hoje, às 7h, na igreja onde casou, e outra às 18h, na paróquia N. Sra. da Esperança, em São Paulo.

coluna.obituario@uol.com.br

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