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Viracopos leva 45 horas para tirar avião quebrado da pista

Única pista do aeroporto foi bloqueada por cargueiro que teve pneu furado

Falha afetou 500 voos e 25 mil usuários, que tiveram dificuldades para remarcar viagem e conseguir hotel e táxi

Marcelo Justo/Folhapress
Equipes trabalham na retirada do avião cargueiro da empresa Centurian, no aeroporto de Viracopos, em Campinas
Equipes trabalham na retirada do avião cargueiro da empresa Centurian, no aeroporto de Viracopos, em Campinas

MARÍLIA ROCHA
DE CAMPINAS

Após passar mais de 45 horas fechado, o aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP), reabriu na tarde de ontem depois de cancelar cerca de 500 voos e prejudicar ao menos 25 mil passageiros.

O problema ajudou a conturbar ainda mais a volta do feriado. Ontem, aeroportos já enfrentavam transtornos em razão de pane no sistema de check-in da TAM, que atrasou 35% dos voos da companhia.

Viracopos estava interditado desde sábado à noite, quando um cargueiro derrapou no pouso, teve o pneu estourado e tombou na pista.

Segundo a Infraero, o peso do avião e o deslocamento do combustível para uma das asas dificultaram a remoção. No domingo, a Centurion Cargo, responsável pela aeronave, usou um "recovery kit" (kit de restauração) -alugado da TAM e levado de São Carlos -para remover o avião.

O aeroporto e nenhuma das empresas que operam em Viracopos têm o equipamento. Colchões infláveis foram postos sob a asa, o trem de pouso e a cauda, mas não foi possível equilibrar o avião.

Segundo a representante da Centurion, Alba Hoffman, na madrugada de ontem houve nova tentativa, colocando um caminhão-prancha sob a turbina, que se rompeu. A remoção só ocorreu às 16h20.

A pista só foi liberada às 17h35 -a primeira decolagem foi às 18h10, para Salvador.

Segundo Gianfranco Beting, diretor de comunicações da Azul -que opera 85% dos voos de Viracopos-, a paralisação deixou a empresa "de mãos atadas", dada a dificuldade de solucionar a situação de quase 25 mil passageiros.

"Companhia nenhuma está preparada para perder praticamente 100% de sua operação durante o dia", disse. Segundo ele, não havia vagas em hotéis nem ônibus e táxis suficientes para a demanda.

Ontem, passageiros criticaram a falta de opção e datas para remarcar voos. A Azul suspendeu a venda de passagens nos próximos dias. Gol, TAM e Trip ofereceram estadia, acomodação em voos de outros aeroportos ou deslocamento por ônibus.

O veterinário Waldir Paulino da Costa Neto, 52, perdeu um dia de trabalho porque seu voo para Marabá (PA), ontem à tarde, foi alterado para amanhã. "É uma vergonha essa demora para tirar uma aeronave do lugar", afirmou.

O ajudante-geral Marcos Amorim, 34, que iria para Recife no sábado, ganhou hospedagem e voltou a Viracopos ontem à tarde, mas o voo foi cancelado. "Impossível não se irritar com a situação."

Colaborou DANIEL CARVALHO, de São Paulo

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