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Nakhle Bassil Khoury (1924-2012) Seu Miguel, um comerciante sírio ESTÊVÃO BERTONIDE SÃO PAULO Quando foi abrir sua loja no bairro da Saúde (zona sul de São Paulo), o sírio Nakhle Bassil Khoury precisou de uma liminar. Naquele 1953, a região era exclusivamente residencial e não permitia comércio. A Casa Samir, inicialmente só de tecidos, foi o primeiro estabelecimento comercial do bairro, segundo a família. Existe até hoje, negociando itens de cama, mesa e banho. Nakhle, que ficou conhecido como seu Miguel devido à dificuldade do brasileiro em pronunciar seu nome, nasceu em Maaloula, uma cidade síria incrustada nas montanhas onde ainda se fala o aramaico. Filho de um militar, trabalhou com panificação e construção civil antes de vir ao Brasil em 1953 com apenas a roupa do corpo, "em busca de uma terra de paz e progresso". Ao chegar, começou na loja de tecidos daquele que seria seu cunhado. Com a síria Fuzia Lutfi foi amor à primeira vista. Namoraram só três meses antes de se casarem. Conhecia a história de todos os clientes, dava conselhos e até arranjava casamentos. Era tão cativante que uma fila se formava para conversar com ele, como conta a família. Ajudou a fundar a distrital sudeste da Associação Comercial de São Paulo. Rotariano, promovia ações, como cursos de vocação profissional. Ficou viúvo há três anos e desde então lamentou diariamente a ausência da mulher. Hospitalizado, disse ao filho Samir: "Eu não vou voltar para casa, mas não se preocupe, vou estar com sua mãe". Morreu na quarta, aos 88, de insuficiência cardíaca. Teve cinco filhos e dez netos. A missa do sétimo dia será na terça, às 20h, na Catedral Ortodoxa, no Paraíso, em São Paulo. Texto Anterior | Índice | Comunicar Erros |
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