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Falta política de incentivo, afirmam urbanistas Custo é apontado como obstáculo para restauro
DE SÃO PAULO Legislação ineficiente, alto custo de reformas, falta de reconhecimento cultural são fatores apontados como motivadores para o abandono de prédios tombados no Brasil. A avaliação é feita por estudiosos, urbanistas e profissionais que lidam com a questão na cidade de São Paulo. Nádia Somekh, professora de arquitetura do Mackenzie, afirma que é preciso formular uma política de preservação que funcione de fato. "Só tombar um bem não resolve. O ato não traz recursos para a recuperação. É preciso planejar a preservação do patrimônio com começo, meio e fim", declara. A urbanista Margareth Uemura, do Instituto Pólis (ONG da área de políticas públicas), corrobora com a opinião de que é preciso ter fontes exclusivas para financiar a restauração de prédios tombados. "Imóveis com interesse histórico, geralmente, têm valor de reforma alto, com muitos critérios para que se possa mexer neles. Isso faz o mercado imobiliário ter menos interesse, e os edifícios correrem risco de abandono." Lúcio Gomes Machado, urbanista e ex-conselheiro do Condephaat (conselho estadual do patrimônio histórico), diz que é preciso "acabar com o preconceito" de que imóveis tombados dão trabalho e, por essa razão, deixar que eles se degradem. "O proprietário é o responsável pelo bem tombado. Quando ele não tem condições comprovadas para fazê-lo, a obrigação passa para o Estado, que também não costuma assumir o ônus. Esse jogo de empurra tem que acabar", afirmou. DECISÃO Em relação à decisão judicial sobre os prédios do INSS, Lucila Lacreta, do Movimento Defenda São Paulo, comentou que ela obriga positivamente o poder público "a dar o exemplo". "Patrimônio tombado não pode ser considerado um estorvo. Bons exemplos devem vir, principalmente, de entidades públicas. Elas devem manter o que pertence à coletividade e mostrar que aquilo tem importância e valor cultural para a sociedade." Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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