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José Eduardo Soares (1946-2012) O Ximbica do restaurante Tatini ESTÊVÃO BERTONIDE SÃO PAULO Há poucos dias, no velório de Ximbica, um senhor se surpreendeu quando finalmente soube que o amigo se chamava José Eduardo Soares. Achou o nome bonito. Ximbica era conhecido apenas pelo apelido (um regionalismo para "carro velho"), desde que, cerca de 40 anos atrás, começou a estacionar os automóveis dos clientes de um restaurante em São Paulo. Natural de São Vicente Ferrer (PE), fugiu bem novo da casa dos pais, lavradores, e foi para Santos (SP). Analfabeto, conseguiu emprego como faxineiro no restaurante Don Fabrizio, de família italiana. O restaurante tinha uma unidade na alameda Santos, na capital, e lá Ximbica trabalhou até o local ser vendido no início dos anos 80. Quando, em 1983, a mesma família abriu o Tatini, no número 558 da rua Batataes, Ximbica apareceu e disse aos donos que trabalharia ali. Fabrizio, 52, um dos donos, lembra que conheceu o funcionário aos oito anos. "No primeiro dia, já virou meu amigo." Simpático e comunicativo, ficou íntimo da família. De faxineiro, logo passou a porteiro do restaurante. Nos anos 70, conheceu a mulher, Maria Tereza, com quem teve uma filha, Fabiana, agente de turismo que ensinou o pai a ler e a escrever. Todo ano, em janeiro, Ximbica tirava férias e ia para Santos, onde mora a filha, para ficar com o neto, Arthur. Fez o menino ser santista. No celular, carregava uma foto do garoto com Neymar. Morreu no sábado (20), aos 66, devido a uma trombose sofrida enquanto trabalhava. A missa do sétimo dia será hoje, às 20h, na igreja São Judas Tadeu, em São Paulo. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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