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Detetives investigam sumiço de bichos
Profissionais chegam a cobrar até R$ 3.000 para procurar animais de estimação que se perdem ou que foram levados
Trabalho envolve campana, distribuição de cartazes e panfletos no bairro, além de uso de binóculos e câmeras
"Cão perdido, família desesperada." A frase saltou das faixas de apelo comunitário para os escritórios de detetives particulares -que chegam a cobrar R$ 3.000 para recuperar os animais.
Há um mês, o desespero bateu à porta da secretária paulistana Lilian Pecoraro, 40, dois dias após ela receber Pretinha como hóspede.
A cadela vira-lata pertence à mãe dela, que teve de se ausentar e pediu à filha que cuidasse do animal.
Pretinha escapou enquanto Lilian saía com sua bebê, de um ano, dentro do carro.
Após percorrer as redondezas com o marido sem encontrá-la, Lilian decidiu contratar um detetive.
O investigador fez o tradicional trabalho de comunicação, espalhando cartazes e panfletos, além de procurar a pé e com moto, com a ajuda de binóculos e câmeras.
Levou cinco dias para localizá-la. Um rapaz da região encontrou Pretinha e entrou em contato com o detetive, após ver um dos cartazes.
PREÇO DA PROCURA
O serviço custa entre R$ 2.500 e R$ 3.000, por uma semana de trabalho, diz o detetive Francisco Aguiar.
E o retorno não é garantido. "É melhor contratar imediatamente ao sumiço. Se demorar muito, diminuem as chances", explica Aguiar.
"Tem cliente que, após o reencontro, compra coleiras com GPS por R$ 2.500", diz o detetive Ricardo Marcondes.
Quem financia toda a ação de resgate afirma compensar. "O valor não é tão absurdo; o cão também é da família", defende a empresária Josiane Trento, 43, que recorreu ao serviço após o sumiço de sua yorkshire de três anos, em Limeira (151 km de São Paulo).
DENÚNCIA POR CELULAR
Os detetives contam que a maioria dos seus clientes procura por cães perdidos ou levados por outras pessoas.
Mas há exceções. O cabeleireiro Fabrízio dos Santos, 36, em março caiu em desespero com o sumiço do seu gato mestiço de angorá Chivas.
Ele escapou e foi surrupiado por uma moradora próxima. O detetive Aguiar foi então acionado.
Novamente, espalhou cartazes. E recebeu denúncia de um vizinho via celular.
Fez campana e conseguiu imagens do gato. Então, encontrou a mulher e ameaçou chamar a polícia. No final, recuperou o animal.