Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria
Elize denunciou ameaças antes de matar seu marido
Ré ligou para a Polícia Militar em abril, um mês antes de esquartejar diretor da Yoki, Marcos Matsunaga
Na ligação, ela diz que seu marido saiu de casa após ameaçá-la e pergunta se pode trocar a fechadura da porta
Quase um mês antes de matar o marido, a bacharel em direito Elize Araújo Kitano Matsunaga ligou para a Polícia Militar e disse que estava sendo ameaçada por ele.
Na ligação, que foi gravada pela central da polícia, Elize denuncia que seu marido, Marcos Matsunaga, saiu de casa após ameaçá-la.
Na mesma chamada, ela pergunta ao policial se poderia trocar a fechadura da porta da casa deles.
A resposta do PM é que Marcos, diretor da fábrica de alimentos Yoki, tinha o direito de entrar em sua própria residência. O policial diz que uma equipe poderia ir à casa dela, o que ela aceita. Porém, quando os policiais chegam ao local, ninguém os atende.
A ligação para a PM foi feita em 24 de abril deste ano. Em 19 de maio, após uma discussão, Elize matou Marcos com um tiro na cabeça e esquartejou o corpo do marido.
O áudio da chamada telefônica foi anexado ao processo pela defesa de Elize.
"Queremos demonstrar que ela não vivia no mar de rosas que a acusação diz", afirmou o advogado da acusada, Luciano Santoro.
Elize e duas testemunhas deverão ser ouvidas hoje pelo juiz na audiência de instrução.
Ela admite que matou o marido, mas diz que agiu sob forte emoção porque estava sendo traída e brigava constantemente com Marcos.
A acusação sustenta que ela agiu por motivações financeiras, pois tem uma filha com o executivo e temia que ele a abandonasse.
O promotor do caso, José Cosenzo, disse que a ligação não serve de prova.
"Desde quando uma bacharel em direito vai perguntar para um PM do 190 o que fazer no caso de ser ameaçada?", questiona.
O corpo de Marcos foi encontrado em uma mala no dia 27 de maio. Elize está presa desde 5 de junho.