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Paralisação afeta os principais serviços do Poupatempo da Lapa
Funcionários terceirizados reivindicam reajuste salarial; atendimento está parado há quatro dias
Segundo sindicato, salário pago é pior entre todas as unidades; governo do Estado diz que notificou consórcio
Os principais serviços oferecidos no Poupatempo da Lapa, na zona oeste de São paulo, estão suspensos há quatro dias. O motivo é uma greve dos funcionários terceirizados que fazem o atendimento na unidade.
Ontem, quem procurou o posto para renovar a carteira de habilitação ou o RG, por exemplo, não conseguiu.
"Vim a pé desde a estação Lapa, com sol forte na cabeça. Cheguei aqui e nada. É complicado", afirmou Vilma Almeida Silva, 33, moradora de Pirituba (zona norte).
Ela procurou o posto para renovar o RG. "Preciso do documento pra resolver um problema no banco. Sem ele estou lascada."
No Instituto de Identificação da unidade, somente 4 das 40 mesas estavam atendendo, mas só quem havia agendado horário antes da paralisação. Os agendamentos estão suspensos.
Também estavam vazias as mesas de atendimento do Detran e das secretarias do Emprego e da Fazenda.
O posto, inaugurado em março, atendeu cerca de 3.000 pessoas por dia em outubro. Nesta semana, a média diária caiu para 2.000.
O Sindeepres, sindicato que representa a categoria, afirma que 90% dos funcionários da unidade aderiram à paralisação. Já o governo diz que 35% estão trabalhando.
A entidade diz que os funcionários, contratados pelo consórcio Poupatempo Lapa, têm o pior salário entre as 31 unidades do Poupatempo em todo o Estado.
Eles recebem R$ 663, mas reivindicam piso de R$ 953.
Segundo o sindicato, a empresa ofereceu aumento de R$ 100 e reajuste de 1% ao mês até maio, quando é definido o dissídio da categoria.
Na tarde de ontem, grevistas fizeram apitaço no local.
Uma nova manifestação está marcada para hoje, e os grevistas aguardam o agendamento de uma reunião de negociação com a empresa. A greve é por tempo indeterminado, diz o sindicato.
OUTRO LADO
A Secretaria de Gestão Pública, responsável pelo Poupatempo, disse que "todos os cidadãos que tinham serviços agendados na unidade foram atendidos. Os demais, havendo disponibilidade, também conseguem realizar os serviços".
A secretaria afirma ainda que as negociações trabalhistas são de responsabilidade do consórcio, mas que notificou a empresa "para que tome as providências cabíveis quanto à normalidade do andamento do posto, sob risco de penas contratuais".
Nenhum representante da empresa Terracom, líder do consórcio, foi localizado até a conclusão desta edição.