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Folha Verão

Mau cheiro 'domina' lagoa da Conceição, point de Florianópolis

Problema é causado por proliferação de algas e despejo de esgoto; moradores afirmam que limpeza não é feita

Odor é provocado pela decomposição das algas, acelerada pelo calor, diz fundação ambiental do município

NATÁLIA CANCIAN ENVIADA ESPECIAL A FLORIANÓPOLIS

Quem passa ao lado de trechos da lagoa da Conceição, um dos principais cartões-postais de Florianópolis, precisa prender a respiração ou fechar o vidro do carro. E torcer para a paisagem mudar.

Tradicional destino turístico da capital catarinense, procurado por banhistas e ponto de bares e restaurantes, a lagoa sofre com a proliferação de algas e o despejo irregular de esgoto.

A Folha verificou o problema em ao menos dois pontos, próximos à avenida Vereador Osni Ortiga e da área conhecida como ponta do Pitoco, no leste da ilha.

Moradores dizem que a situação tem se agravado nos últimos três anos. "É como se fosse a nossa lagoa Rodrigo de Freitas", compara o empresário Gustavo Tarikian, 36, ao lembrar da poluição no famoso ponto turístico do Rio.

Augusto Aquino, 42, dono de uma pousada na região, diz que já perdeu hóspedes em plena temporada, quando o calor intensifica o problema. "Sentiram o cheiro da lagoa e foram embora."

A situação preocupa o aposentado João Carlos Xavier, 57, que mora a uma quadra da avenida há seis anos.

Ele já precisou fechar as janelas de casa para escapar do odor, semelhante ao de esgoto. "Tive que fechar tudo e ligar o ar-condicionado. É triste ver um cenário tão bonito ser degradado."

LIMPEZA

Moradores afirmam que a limpeza e a retirada das algas não são realizadas há meses.

"É pior que lixo. Antes, vinham limpar. Nunca mais vieram", diz Bruna Jamunda, 23, funcionária de um hotel em frente a um píer na avenida -um dos locais com maior concentração de algas.

Cansados de esperar, moradores preparavam um protesto inusitado para este fim de semana: ao som de um DJ, pretendiam colocar botas, luvas e entrar na lagoa para recolher algumas algas.

"É um jeito de mostrar ao poder público que algo precisa ser feito. Se eles não fazem, nós fazemos", afirma Gabriel Damiani, 28, diretor da regional da Acif (associação comercial e industrial) no bairro de Lagoa da Conceição.

OUTRO LADO

Segundo o diretor de fiscalização da Floram (Fundação Municipal de Meio Ambiente), Bruno Palha, o sol forte acelera a decomposição das algas, daí o mau cheiro.

A situação tem ficado pior, diz, porque há muito lodo, formado pela concentração de matéria orgânica no fundo da lagoa e pelo esgoto.

A Comcap (Companhia de Melhoramentos da Capital), um dos órgãos responsáveis pela limpeza, confirma que o esgoto agrava o problema.

"Há várias ligações clandestinas na região", diz o presidente, Marius Bagnati.

Ele afirma que a Comcap espera uma autorização da Floram para iniciar a limpeza. Em resposta, a Floram diz que já expediu ofício para a execução do serviço, a partir da próxima semana.

Procuradas pela reportagem, a Vigilância Sanitária e a Secretaria de Saneamento Ambiental não se pronunciaram até a conclusão desta edição.


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