Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Cotidiano

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Após mortes de policiais, PM troca comando das UPPs do Rio

Substituto de Rogério Seabra, coronel Paulo Henrique de Moraes, é ex-comandante do Bope

Decisão foi tomada após série de problemas em áreas consideradas pacificadas, incluindo a morte de cinco policiais

MARCO ANTÔNIO MARTINS DO RIO

Após uma série de problemas em áreas consideradas "pacificadas", a Polícia Militar do Rio decidiu mudar o comando das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora).

O coronel Rogério Seabra, 45, que ocupava o cargo desde outubro de 2011, foi substituído pelo coronel Paulo Henrique de Moraes, 47, ex-comandante do Bope (Batalhão de Operações Especiais).

Lotado no Tribunal de Justiça do Rio, em 2009 Moraes elaborou parecer orientando a retirada da segurança da juíza Patrícia Acioly, que acabou morta com 21 tiros dois anos depois. Em 2010, ele comandou o Bope na ocupação do Complexo do Alemão (zona norte do Rio).

O anúncio da troca de comando das UPPs foi publicada na edição de ontem do Boletim Interno da PM.

A decisão de substituir o coronel Seabra foi tomada pelo secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, e pelo comandante da PM, o coronel Erir Ribeiro da Costa Filho, após os constantes ataques a PMs lotados nas UPPs. Dois policiais foram mortos no último mês -neste ano foram cinco no total.

Além disso, há denúncias em outras unidades. Corrupção na UPP do Morro da Coroa e acusações de agressões de PMs a moradores do Alemão, por exemplo.

O grande número de problemas às vésperas do aniversário de quatro anos do projeto, que será comemorado hoje no Morro Dona Marta, zona sul, preocupava tanto o governador Sérgio Cabral (PMDB) quanto Beltrame.

Pela primeira vez desde que Beltrame assumiu o cargo, em 2007, o governador questionou o andamento de um projeto da área de segurança pública. Em público, porém, Cabral negou que tenha interferido na escolha do novo comandante das UPPs.

"A segurança pública tem autonomia para gerir a sua pasta. O secretário Beltrame tem a minha confiança, tem o meu apoio e portanto é uma decisão da área. Sai um grande policial e entra um grande policial", afirmou Cabral.

A cúpula da segurança pública do Rio entende que hoje falta supervisão sobre os PMs e maior percepção da realidade de cada comunidade.

Em nota, a PM limitou-se a agradecer pelo período em que o coronel Seabra esteve à frente das unidades.

Os coronéis da PM do Rio, alguns até da mesma turma de Seabra, avaliam que ele errou ao mobilizar policiais de outras UPPs para reforçar o policiamento no Alemão e por não convocar homens do Bope ou mesmo do Batalhão de Choque, mais habituados ao confronto.

Seabra não foi encontrado pela reportagem para comentar a exoneração. A assessores próximos disse estar chateado pela forma que foi tratado pela cúpula da PM.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página