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11% dos universitários do país estão na 2ª graduação
Conclusão é do Censo de 2010; descontentamento com carreira é uma hipótese
Apesar disso, apenas 10,8% dos jovens com mais de 25 anos tinham completado o ensino superior até 2010
Concluir um curso de nível superior é para uma minoria no Brasil, mas um grupo ainda mais seleto (10,8% do total dos estudantes matriculados no país) voltou para as universidades, segundo dados inéditos do Censo de 2010 do IBGE.
Os alunos que buscavam sua segunda graduação eram, em geral, mais velhos -o percentual chegava a 30,1% entre as pessoas com mais de 40 anos- e estudavam mais em instituições públicas, onde 13,2% dos estudantes já tinham frequentado curso de nível superior.
Não havia, porém, diferença significativa entre homens e mulheres, apesar de elas estarem mais presentes em cursos universitários.
O IBGE não indagou os motivos que levaram os alunos a voltar à faculdade, mas as hipóteses são o descontentamento com a carreira profissional escolhida, a exigência do trabalho atual ou mesmo novas oportunidades de emprego.
"Como mais estudantes ocupados já tinham concluído o curso de graduação, isso sugere que o mercado de trabalho também proporciona o retorno à universidade", diz Vandeli Guerra, técnica do IBGE.
Apesar do avanço nos últimos anos, só 10,8% dos jovens com mais de 25 anos tinham completado o ensino superior até 2010 -eram 6,8% em 2000.
No outro extremo, 49,3% não tinham o ensino fundamental completo -em 2000, esse percentual era de 64%.
O IBGE pesquisou ainda os tipos de cursos procurados e o maior número de formados era das áreas de ciências sociais, negócios e direito (38,4%), seguidas pela área de educação (20,2%).
DESLOCAMENTO
Com a menor oferta de cursos superiores, sobretudo em municípios menores, mais pessoas saíam das cidades onde viviam para estudar.
No caso dos cursos de graduação, o índice chegava a 29,2%. Já em cursos de pós-graduação, mestrado e doutorado, quase um terço (32,6%) vivia em outras cidades.
Na média, dos 59,6 milhões de alunos do país (em todos os níveis da educação formal), 7,2% (ou 4,3 milhões de pessoas) faziam o curso fora do município onde moravam e se deslocavam para poder frequentar as aulas.