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Análise

Conservar bens históricos é obrigação de toda a sociedade

FERNANDO SERAPIÃO ESPECIAL PARA A FOLHA

O Copan é modelo de concentração urbana: cerca de 5.000 moradores de diferentes classes sociais dividem 1.160 unidades e só 500 vagas de garagem, em terreno equivalente a um campo de futebol.

Se todos na cidade vivessem assim, ela necessitaria de uma área equivalente a dez Ibirapueras e teria uma frota de carros sete vezes menor.

Se essas virtudes já não bastassem, ele é um símbolo paulistano protegido pelo patrimônio histórico, e fruto da prancheta de Oscar Niemeyer.

Provavelmente, a maioria dos paulistanos nunca entrou nos apartamentos; sua relação com o Copan é estabelecida pela fachada sinuosa, marcada por elementos horizontais e revestida por minúsculas pastilhas de porcelana branca, que estão caindo.

Como esse material é caro, se fosse um prédio qualquer, provavelmente os moradores optariam por uma troca vulgar. E como um bem privado, o custo deveria ser partilhado pelos proprietários.

Contudo, dado o caráter simbólico, é razoável utilizar, por exemplo, leis de incentivos culturais ou um artifício da Lei Cidade Limpa que permite usar a verba publicitária de uma marca estampada na tela de proteção da obra.

A burocracia empacou o processo, mas a ideia poderá funcionar no Copan, que tem fachada mamute e grande visibilidade. Mas e em um edifício de importância histórica pequeno e em local ermo?

Existe ainda a isenção de IPTU após via-crúcis burocrática. De toda forma, é urgente desburocratizar leis que ajudem a conservar esses edifícios. Afinal, a mesma sociedade que protege bens históricos deve arcar com a conservação.

FERNANDO SERAPIÃO é crítico de arquitetura e editor da revista "Monolito"


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