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Marcelo Stella de Mello Ribeiro (1983-2013)
Um risonho piloto de helicóptero
ESTÊVÃO BERTONI DE SÃO PAULOEra Dia dos Pais, e o piloto de helicóptero Marcelo Stella de Mello Ribeiro iria trabalhar. Para não perder a data, convenceu seu pai, Luiz Carlos, a ir ver a Esquadrilha da Fumaça no Campo de Marte.
O evento não existia, como seu pai iria perceber. Era só uma desculpa. Naquele dia, Luiz Carlos ganhou do filho um passeio aéreo de meia hora.
Foi a primeira vez que o engenheiro civil e sua mulher, Maria Cristina, voaram com o rapaz, que ainda serviu de guia, mostrando São Paulo do alto. Antes, o casal acompanhava o filho à distância.
Funcionário da Helimarte Táxi Aéreo havia três anos, Marcelo costumava ligar para os pais, que moram numa cobertura às margens do Pinheiros, quando passava por ali. E os pais corriam para a janela.
A vontade de voar vinha de criança, das brincadeiras com o irmão, Fernando (que morreu em 1996, aos 14). Fechou-se após a perda, mas voltou a se soltar aos 18. Era muito ligado à família, de nove primos.
Decidiu ser piloto a partir de uma sugestão do pai. Formou-se numa escola de Ipeúna (SP).
Na Helimarte, pilotou o "Vermelhinho Jovem Pan", usado pela rádio em suas coberturas, e sobrevoava linhas de alta tensão para inspeção.
Esportista, gostava de surfar e esquiar. É descrito como risonho e solícito. Para uma amiga de trabalho levava chocolates sempre que a achava tristonha. Estava feliz no que fazia, como contam os pais.
Na segunda (21), o helicóptero que pilotava caiu em São Paulo. Marcelo foi o único a morrer. Tinha 29 anos. Há relatos de que tenha evitado um acidente maior. A missa de sétimo dia será hoje, às 17h, na igreja São José, em São Paulo.