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BC dos BCs alerta para desaquecimento da economia nos países emergentes
DE GENEBRA
Com o risco de uma recessão
nos Estados Unidos mais vivo
do que nunca, as economias
emergentes também precisam
se acostumar com a idéia de um
desaquecimento econômico,
alerta o relatório do BIS (Banco
para Compensações Internacionais).
Embora a perspectiva de expansão dos emergentes continue bem acima da prevista no
mundo rico, o contágio da desaceleração pode atingir mesmo
os que não dependem de exportações para os Estados Unidos.
Para ilustrar a importância
do mercado americano, o BIS
lembra que ele é o destino de
20% das importações da China.
A redução prolongada da demanda americana poderia desacelerar a China e moderar o
ávido apetite chinês por matérias-primas de outros emergentes, como o Brasil.
Os emergentes se dividem
em dois grupos, aponta o BIS,
cada um com seus desafios. O
primeiro, que depende do mercado americano. O segundo, no
qual o Brasil se inclui, que pode
confiar em seu mercado interno aquecido, mas que por isso
mesmo enfrenta pressões inflacionárias.
A preocupação imediata, ressalta o BIS, é a inflação. "Aumentos recentes da inflação levaram vários países emergentes a romper a meta, refletindo
o impacto da alta acentuada
nos preços de alimentos e petróleo", afirma o relatório. O
documento lembra que o Brasil
também deve romper o centro
da meta (4,5%) até o fim do ano,
quando a inflação prevista é de
6%.
Assim como nos países industrializados, observa o relatório, esse avanço dos preços
coloca os bancos centrais do
mundo emergente em um dilema monetário, pois precisam
conter a inflação sem intimidar
o crescimento.
Otimismo com cautela
Em geral, o tom é de otimismo cauteloso no relatório do
BIS sobre o crescimento dos
emergentes. "Embora as projeções continuem robustas para
os mercados emergentes para
2008, há riscos de que isso não
ocorra", diz o estudo.
Sobre a crise iniciada nos Estados Unidos, o relatório defende a aplicação de regras mais rígidas para a concessão de empréstimos para evitar que se repita o que ocorreu no mercado
imobiliário americano.
"Empréstimos de qualidade
cada vez mais baixa foram feitos e depois vendidos a ignorantes e gananciosos, os últimos confiando em empréstimos de curto prazo para aumentar seus lucros", critica o
relatório.
(MN)
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