São Paulo, terça-feira, 01 de julho de 2008

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Querosene de aviação sobe 35% no ano

JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO

A Petrobras aplica a partir de hoje um reajuste de 3,7% nos preços do querosene de aviação. Segundo cálculos do Snea (Sindicato Nacional de Empresas Aeroviárias), o combustível já acumula alta de cerca de 35% neste ano. Em igual período de 2007, o combustível havia subido 1%, de acordo com o Snea.
Segundo o presidente do Snea, José Marcio Mollo, a decisão sobre o repasse da alta do combustível para as tarifas dependerá de cada empresa. O combustível representa hoje 40% dos custos de uma empresa aérea, um percentual que tem subido nos últimos anos. "Todo esse aumento no preço do petróleo está sendo repassado para os bilhetes dentro do que permite a concorrência."
Ontem, a cotação do barril chegou a superar os US$ 143, mas encerrou o dia cotado a US$ 140. O querosene de aviação é reajustado mensalmente e, ao contrário da gasolina, acompanha diretamente as oscilações do preço do petróleo no mercado internacional.
Apesar da maior pressão de custos, Mollo afirma que as perspectivas para o setor continuam favoráveis, com aumento da demanda na faixa de dois dígitos. Nos cinco primeiros meses deste ano, a demanda no mercado doméstico cresceu em média 10,9%. Em 2007, a expansão do setor chegou a 11,9%.
"As empresas têm aumentado o preço das passagens. É difícil dizer se agora vão conseguir segurar o repasse", afirma Paulo Bittencourt Sampaio, consultor em aviação. No ano passado, o querosene de aviação acumulou alta de 12,6% e em 2006 já havia subido 7%.
Segundo George Ermakoff, consultor do Snea, nos Estados Unidos as companhias já estão recorrendo ao governo em busca de uma solução para a alta no preço do petróleo. "Há quem já diga que o preço pode chegar a US$ 200 o barril. Vai ocorrer uma retração geral de demanda e um aumento de preço," disse.
Ermakoff avalia que o aumento de preço deverá mudar o cenário para as empresas de baixo custo e baixa tarifa. Para o consultor, o aumento da participação do combustível no total de custos das companhias diminuiria a margem de manobra para manutenção de preços baixos. Outra possível mudança é a concentração de frotas com menor consumo de combustível, ou seja, compostas de aviões mais modernos.


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