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Querosene de aviação sobe 35% no ano
JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO
A Petrobras aplica a partir de
hoje um reajuste de 3,7% nos
preços do querosene de aviação. Segundo cálculos do Snea
(Sindicato Nacional de Empresas Aeroviárias), o combustível
já acumula alta de cerca de 35%
neste ano. Em igual período de
2007, o combustível havia subido 1%, de acordo com o Snea.
Segundo o presidente do
Snea, José Marcio Mollo, a decisão sobre o repasse da alta do
combustível para as tarifas dependerá de cada empresa. O
combustível representa hoje
40% dos custos de uma empresa aérea, um percentual que
tem subido nos últimos anos.
"Todo esse aumento no preço
do petróleo está sendo repassado para os bilhetes dentro do
que permite a concorrência."
Ontem, a cotação do barril
chegou a superar os US$ 143,
mas encerrou o dia cotado a
US$ 140. O querosene de aviação é reajustado mensalmente
e, ao contrário da gasolina,
acompanha diretamente as oscilações do preço do petróleo
no mercado internacional.
Apesar da maior pressão de
custos, Mollo afirma que as
perspectivas para o setor continuam favoráveis, com aumento
da demanda na faixa de dois dígitos. Nos cinco primeiros meses deste ano, a demanda no
mercado doméstico cresceu em
média 10,9%. Em 2007, a expansão do setor chegou a 11,9%.
"As empresas têm aumentado o preço das passagens. É difícil dizer se agora vão conseguir segurar o repasse", afirma
Paulo Bittencourt Sampaio,
consultor em aviação. No ano
passado, o querosene de aviação acumulou alta de 12,6% e
em 2006 já havia subido 7%.
Segundo George Ermakoff,
consultor do Snea, nos Estados
Unidos as companhias já estão
recorrendo ao governo em busca de uma solução para a alta no
preço do petróleo. "Há quem já
diga que o preço pode chegar a
US$ 200 o barril. Vai ocorrer
uma retração geral de demanda
e um aumento de preço," disse.
Ermakoff avalia que o aumento de preço deverá mudar o
cenário para as empresas de
baixo custo e baixa tarifa. Para
o consultor, o aumento da participação do combustível no total de custos das companhias
diminuiria a margem de manobra para manutenção de preços
baixos. Outra possível mudança é a concentração de frotas
com menor consumo de combustível, ou seja, compostas de
aviões mais modernos.
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