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Mercado Aberto
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br
Associação prevê déficit em bens de capital
Os bens de capital sob encomenda podem registrar, em
2008, déficit na balança comercial pela primeira vez em cinco
anos, segundo a Abdib (Associação Brasileira da Infra-Estrutura e Indústrias de Base).
Bens de capital sob encomenda são máquinas e equipamentos fabricados para atender necessidades específicas de
indústrias ou de empreendimentos, diferentemente das
máquinas feitas em série.
A associação faz o alerta com
base no resultado da importação e exportação do segmento
até maio deste ano. No período,
as exportações somaram US$ 2
bilhões, avanço de 34,5% em
relação ao mesmo período do
ano passado. As importações
alcançaram o valor de R$ 1,8 bilhão, o que representa um incremento de 64% ante os cinco
primeiros meses de 2007.
O ritmo de crescimento das
importações fez com que o saldo comercial do período fechasse em US$ 213 milhões
-queda de 46,5% em relação
aos mesmos meses de 2007.
Segundo a associação, o crescimento das importações começou a superar o avanço das
exportações no ano passado,
quando as compras do exterior
tiveram incremento de 22,1%
no ano, contra 0,65% das vendas para fora do país. Em 2006,
o crescimento das exportações
dos bens de capital sob encomenda havia sido de 19,5%
comparado com 2005, e o das
importações, de 13,1%.
Paulo Godoy, presidente da
Abdib, diz que a valorização do
real não é o único fator que afeta o saldo comercial. Segundo a
associação, as indústrias brasileiras de máquinas sob encomenda perderam competitividade em razão da falta de investimentos em infra-estrutura
por um longo período no país.
A desvantagem ocorre, principalmente, em relação à China. "Temos uma ineficiência
competitiva enorme que a falta
de escala", afirma Godoy.
Além da assimetria de escala,
a Abdib diz que também atrapalham o setor a ausência de
reformas que diminuam custos
de transporte e a dificuldade de
se obter financiamentos.
NO CANTEIRO DE OBRAS
A consultoria Jones
Lang LaSalle quer aumentar a participação da
sua divisão de projetos e
obras no faturamento da
empresa. A área é responsável por gerenciamento
de empreendimentos desde a decisão de construir
até a entrada em operação. A iniciativa faz parte
de uma estratégia mundial da empresa para alavancar a divisão de projetos em todos os países em
que atua. "De 2004 a
2007, a área ficou cinco
vezes maior no Brasil",
diz Guilherme Soares, diretor de projetos e obras
da empresa. Em São Paulo, a Jones Lang fechou
contrato para administrar obras da Tiffany &
Co., da Russell Reynolds
Associates e da agência
Moody's.
Ritmo da indústria pode frear juros
A desaceleração econômica pode levar o Banco
Central a fazer um aperto
monetário menor do que o
previsto. Ontem, o IBGE
divulgou a produção industrial de maio, que caiu
0,5% em relação a abril -o
que significou uma desaceleração maior do que as
expectativas do mercado.
A tese de que o desaquecimento da economia possa fazer com que os juros
subam menos é da LCA
Consultores. A análise é
que a redução na expansão
da atividade permita que a
economia tenha algum nível de ociosidade já nos
próximos trimestres.
A LCA espera que a alta
dos juros continue a ser de
0,5 ponto percentual -e
não de 0,75, como alguns
analistas prevêem. A estimativa é que a alta de juros
pare em meados de 2009.
"À medida que o desaquecimento da atividade
econômica vá ficando
mais forte, o BC tende a temer levar a economia para
um quadro de crescimento muito baixo", diz Francisco Pessoa, da LCA.
OLHO MÁGICO
O Ibope lança hoje um
produto para empresas do
setor de construção civil. A
pesquisa Tendências Imobiliárias -feita no Rio e em
São Paulo- mostrará os critérios do consumidor na escolha do imóvel, como características desejadas, regiões e forma de pagamento.
ALÔ CORPORATIVO
A penetração da telefonia
móvel no segmento corporativo no Brasil é de apenas
37%, segundo levantamento
do Instituto Ipsos encomendado pela Vivo. Entre as microempresas, 70% não têm
soluções móveis, e entre as
pequenas e médias o número é de 32%.
com JOANA CUNHA, VERENA FORNETTI e DENYSE GODOY
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