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Bolsa inicia o semestre com queda de 2,49%
Bovespa passa a registrar perdas de 0,77% no ano; preocupação com inflação pesa
Em NY, Bolsa se recupera e avança 0,28% após a GM anunciar recuo nas vendas menor que o esperado; dólar sobe para R$ 1,605
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Após o péssimo resultado de
junho, a Bolsa de Valores de
São Paulo começou este mês
com desempenho desanimador. A recuperação do mercado
acionário norte-americano no
fim das operações não foi suficiente para dar novo ânimo à
Bovespa, que terminou com
perdas de 2,49%.
A queda de ontem levou a Bovespa a passar a registrar perdas em 2008, de 0,77%, e desceu aos 63.396 pontos.
O novo recorde alcançado
pelo barril de petróleo, que encerrou vendido a US$ 140,97
em Nova York, em alta de
0,69%, foi uma das notícias negativas do dia. A apreciação do
produto eleva os riscos de alta
da inflação -uma das maiores
preocupações no mundo hoje.
"A preocupação com os riscos representados pela inflação
é o principal foco dos mercados
atualmente. Hoje [ontem] especialmente o petróleo incomodou", diz Fausto Gouveia,
analista da Win -"home broker" da Alpes Corretora.
Além do Brasil, os pregões foram bem ruins na Europa.
O índice FTSEurofirst 300,
importante referência das
ações européias, terminou com
baixa de 2,1%, em seu pior nível
desde 2005. A Bolsa de Londres
teve perdas de 2,60%. Em Paris, houve baixa de 2,11%, e, em
Frankfurt, queda de 1,60%. O
setor bancário, que voltou a ser
vítima de rumores sobre possíveis novas perdas contábeis no
segundo trimestre, destacou-se
na ponta de quedas na Europa.
Já o mercado dos EUA, após
um começo ruim, recuperou-se
no fim do dia. O índice Dow Jones, das 30 ações de maior liquidez, terminou com alta de
0,28%, depois de registrar perdas de 1,5% em seu momento
mais fraco. A surpreendente
expansão da atividade industrial nos EUA em junho, como
mostrou pesquisa feita do instituto ISM, foi bem recebida.
Entre as empresas, a GM foi
um dos destaques, com seus papéis subindo 2,17%, influenciados pelo anúncio de recuo nas
vendas menor que o esperado.
O depreciado setor financeiro
viu alguns papéis se recuperarem ontem, como os da American Express (alta de 6,24%) e os
do Lehman Brothers (5,81%).
Ajustes
Na queda da Bovespa ontem,
segundo operadores do mercado, a venda de ações por fundos
foi um fator relevante. Os gestores teriam estado mais ativos
na ponta compradora nos últimos dias na tentativa de melhorarem o resultado de suas
carteiras. Com o encerramento
do semestre, o movimento foi
alterado.
"E, se as ações da Petrobras
não estivessem resistindo, a
Bovespa estaria em níveis ainda mais baixos", diz Gouveia.
Apesar de não terem subido
ontem, os papéis da petroleira
terminaram o dia com baixa
moderada, de 0,26% (ON) e
0,25% (PN).
Outras ações de grande negociação terminaram com quedas
pesadas. Os papéis ordinários
do Banco do Brasil tiveram baixa expressiva de 5,73%, sob reflexo da informação de que o
CMN recomendou a elevação
da participação dos estrangeiros no capital do banco.
As ações da Vale encerraram
com baixas de 3,48% (PNA) e
4,16% (ON), com os investidores refletindo a informação de
que a empresa pode comprar
unidades da mineradora Paranapanema -cujas ações PN
dispararam 10,81%.
Perdas mais fortes foram registradas por TAM PN (-7,48%)
e Gol PN (-7,31%).
As ações que subiram não tiveram retorno muito expressivo. Entre os papéis do Ibovespa, apareceram no topo Cosan
ON (1,76% de alta), Natura ON
(1,21%) e Gerdau PN (0,49%).
O dólar subiu 0,5%, para ser
vendido a R$ 1,605.
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