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Vendas de carros nos EUA caem até 36%
Aumento no preço da gasolina afugenta consumidores de veículos que consomem mais combustível
DA REDAÇÃO
As vendas das principais
montadoras nos EUA tiveram
um dos seus piores resultados
nos últimos tempos, afetadas
pelo aumento do preço da gasolina e pelos investimentos dessas empresas nos últimos anos
em modelos considerados pouco econômicos. O setor teve
queda de 18% nas vendas em junho -a maior em seis anos.
Entre as três grandes companhias do setor, o pior resultado
foi o da Ford, que teve queda de
28% nas suas vendas em junho
na comparação com o mesmo
mês do ano passado. A Toyota,
que disputa com a GM o posto
de maior montadora mundial,
comercializou 21% menos que
em junho de 2007. Já as vendas
da GM caíram 18%, mas o resultado foi menos pior que o esperado por analistas.
As ações da GM, que tinham
perdas expressivas antes do
anúncio dos resultados, terminaram o dia com alta de 2,17%
na Bolsa de Nova York. As de
Toyota e Ford caíram 0,36% e
2,08%, respectivamente.
Como tem acontecido nos últimos meses, um dos grandes
culpados pela queda nas vendas
foram os SUVs (utilitários esportivos), que são considerados
grandes consumidores de combustível. Com o galão da gasolina (3,785 litros) valendo cerca
de US$ 4 -devido ao aumento
expressivo da cotação mundial
do petróleo nos últimos meses-, os consumidores americanos estão preferindo carros
mais econômicos.
"Claramente, o rápido aumento nos preços da gasolina e
a conseqüente preferência por
veículos que consomem menos
têm sido desafiadores, mas
também oferecem uma oportunidade", afirmou Jim Farley,
vice-presidente da Ford, que é
provavelmente a mais afetada
pela mudança nos desejos dos
consumidores americanos.
As vendas das SUVs da empresa caíram mais da metade
(54,7%) na comparação com junho de 2007. As de caminhonetes retrocederam 35,6%.
No final de junho, a empresa
disse que será difícil terminar o
ano que vem sem perdas -contrariando a sua previsão feita
cerca de um mês antes. Ela informou ainda que o resultado
deste ano será pior que o do ano
passado, quando perdeu mais
de US$ 2 bilhões.
Sobre as previsões para este
semestre, Farley afirmou que a
economia americana começa o
período "com uma notável ausência de "momentum" e um alto grau de incerteza".
Das grandes montadoras, a
Honda foi a única que teve resultado positivo: suas vendas
subiram 1%. A Chrysler, apesar
da sua campanha de subsídio
no preço da gasolina para os
compradores de seus carros, teve recuo de 36% nas vendas. A
empresa promete gasolina a
US$ 2,99 o galão para quem adquirir alguns dos seus modelos
e promete continuar com a
campanha. Já as vendas da Nissan retrocederam 18%.
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