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Para Meirelles, mercado já espera inflação menor
TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse
ontem que o mercado já conta
com uma desaceleração da inflação a partir de 2009. Ele reforçou o compromisso da autoridade monetária de colocar o
IPCA, o índice oficial de inflação, no centro da meta de 4,5%
no próximo ano, como demonstrou a ata do Copom.
Meirelles lembrou que, após
prever uma alta de 6,58% no
IPCA para este ano, o mercado
já vê taxa de 5% em 2009 e de
4,5% para 2010 e 2011.
"Quando os agentes econômicos fazem essas projeções,
fazem baseados em uma expectativa de ação do Banco Central. Eles levam em conta que o
BC não vai só assistir [a evolução da inflação]. É um sinal de
que a autoridade monetária
brasileira tem credibilidade."
Para Meirelles, os agentes
econômicos esperam que, com
"medidas adequadas" do BC, a
inflação brasileira convirja para o centro da meta. "O compromisso anunciado pelo BC
recentemente é o de que o nosso objetivo é trazer a inflação
para o centro da meta de 4,5%
já para o próximo ano", disse
ele, durante almoço do Rotary
Club, em São Paulo.
O presidente do BC destacou
o papel do aumento do preço
das commodities na inflação
mundial e afirmou que a China
responde por uma parcela significativa do avanço da demanda internacional. "A China consome 36,8% da produção mundial de aço. Só que, do aumento
da produção, a China é responsável por 68% [do consumo]. [O
país] Era uma sociedade agrária, que agora absorve matéria-prima com uma velocidade impressionante. De fato, tem uma
pressão internacional nos preços", disse Meirelles.
Em seu pronunciamento, o
presidente do BC afirmou que o
Brasil passa praticamente ileso
pela crise financeira internacional, que prejudica mais os
Estados Unidos e a Europa.
Meirelles afirmou que a crise
atual é a que mais trouxe perdas para o sistema financeiro.
Disse que a aversão geral ao
risco aumentou significativamente no mundo, mas o risco
brasileiro teve uma variação
muito pequena no período.
Segundo ele, o mesmo foi
sentido pela Bovespa, que ainda mantém um dos melhores
desempenhos do mundo desde
o início de 2007, seguido pela
Bolsa de Hong Kong. Lembrou
ainda que as ações do bancos
brasileiros foram as que menos
recuaram desde o início da crise, em julho de 2007. "O Brasil
está cada vez menos vulnerável
a problemas externos. O país é
credor em dólares. Quando a
moeda se desvaloriza, a dívida
pública cai. É um mecanismo
de segurança importante."
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