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Desemprego nos EUA é o maior em quatro anos
Taxa chega a 5,7% em julho; neste ano já foram eliminados 463 mil postos
Corte na área privada foi de 76 mil vagas e afetou setores como o da construção, que
já eliminou quase 500 mil postos de trabalho em 1 ano
DA REDAÇÃO
A taxa de desemprego nos
EUA chegou em julho a seu
maior nível em quatro anos,
com o mercado cortando vagas
pelo sétimo mês consecutivo. A
redução foi menor que a esperada por analistas, mas é mais
um sinal de que a economia
norte-americana pode entrar
em recessão neste semestre.
O índice de desemprego subiu para 5,7% no mês passado,
0,2 ponto percentual acima do
registrado em junho, e está no
maior nível desde março de
2004. Em julho do ano passado,
ele estava em 4,7%. Desde abril,
a taxa já subiu 0,7 ponto percentual, o maior aumento em
sete anos, último período em
que a economia dos Estados
Unidos entrou em recessão.
No mês passado, foram eliminados 51 mil postos de trabalho, número idêntico ao de junho e inferior à estimativa de
analistas, que apostavam em
redução de mais de 75 mil vagas. Apenas nos sete primeiros
meses deste ano, 463 mil postos de trabalho foram cortados.
Os Estados Unidos precisam
gerar cerca de 100 mil postos
por mês apenas para atender à
população que entra no mercado de trabalho.
"A boa notícia é que não houve aceleração nos dados oficiais", afirmou Robert Barbera,
da empresa de pesquisa econômica ITG. "A má é que não tem
nada nos dados que sinalize
melhora no curto prazo."
Como tem acontecido nos últimos meses, as contratações
no setor público impediram
que o resultado fosse ainda
pior. O corte na área privada foi
de 76 mil vagas e afetou diversos setores, especialmente indústria (redução de 35 mil vagas) e construção (eliminação
de 22 mil postos). Este já perdeu quase 500 mil postos desde
julho do ano passado.
Um dos raros setores com
dados positivos foi o de serviços
de educação e saúde, que acrescentou 39 mil vagas no mês
passado e mais de 500 mil desde julho de 2007.
Os problemas no mercado de
trabalho têm feito alguns economistas discutir se os EUA já
não estão em recessão, apesar
de o país ter crescido 1,9% no
segundo trimestre -a explicação mais comum para recessão
são dois trimestres consecutivos de contração.
"Para os trabalhadores, é recessão", afirmou John Lonski,
economista-chefe da Moody's
Investor Service. "E realmente
o que importa no final das contas é que o está acontecendo
nas folhas de pagamento e na
taxa de desemprego, e ambas se
dirigem à recessão no mercado
de trabalho."
O setor financeiro é outro
que vem sendo fortemente
atingido pela crise. Ontem, o
banco First Priority Bank of
Bradenton, da Flórida, sofreu
intervenção do FDIC, o órgão
garantidor de contas bancárias.
Foi a oitava instituição a sofrer
intervenção neste ano.
Com o "New York Times"
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