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Cesta básica recua até 11% em agosto, afirma Dieese
Preço de alimentos cai em 15 das 16 capitais pesquisadas; em SP, baixa é de 4,35%
Regularização das safras e desaceleração do preço das
commodities agrícolas
explicam queda; feijão e
tomate são destaque de baixa
DENYSE GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL
Os preços dos alimentos básicos recuaram em 15 de 16 capitais brasileiras no mês de
agosto, segundo pesquisa realizada pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e
Estudos Sócio-Econômicos).
As maiores quedas se deram
em Recife (-10,77%), em Natal
(-10,73%) e em Fortaleza
(-10,59%). Em São Paulo, a baixa foi de 4,35%, mas o custo da
cesta de gêneros alimentícios
essenciais na cidade é o segundo maior, de R$ 241,15. A única
cidade a registrar elevação foi
Goiânia (1,15%).
"A alta generalizada dos itens
observada pelo menos desde
novembro último foi interrompida", diz José Maurício Soares, coordenador da pesquisa
de cesta básica do Dieese.
A queda se explica pela regularização das safras e pela desaceleração do preço das commodities agrícolas no mercado internacional. O feijão, por exemplo, caiu em 15 localidades -a
maior baixa foi de 17,07%, em
Recife. "No ano passado, esse
produto sofreu com uma seca
muito forte. Além disso, não
havia estoque suficiente para
suprir o consumo e a cotação
do petróleo disparou, encarecendo os fertilizantes", diz Soares. "Mas os preços do feijão
não recuaram o bastante, ainda. Têm espaço para voltar."
A queda do tomate também
foi destaque no mês passado.
Em Natal, chegou a 60%; em
Vitória, a 55,56%; e, no Rio, a
53,48%. Mesmo assim, os preços continuam elevados: no período de um ano encerrado em
agosto, o produto acumula alta
de 40,74% no Rio Grande do
Norte. "Apesar de não ter faltado tomate, o preço estava exagerado, daí as pronunciadas
baixas no mês passado."
Todas as capitais viram o
óleo de soja recuar também.
Em 11 delas, a carne e o arroz
caíram. Já o leite, que está na
entressafra, avançou em sete
cidades.
Na avaliação de Soares, os
preços tendem a seguir em queda até o final do ano. "O tempo
está melhor do que em 2007, o
que melhora a capacidade de
produção."
Futuro
Os especialistas comemoram
os indicadores que apontam
um enfraquecimento das pressões causadas pelos alimentos,
porém não vislumbram um cenário totalmente tranqüilo para a inflação. "O componente
especulativo dos preços das
commodities agrícolas foi esvaziado", afirma Alcides Leite,
professor de economia da Trevisan Escola de Negócios. "No
entanto, o consumo continua
crescente. Os preços não subirão demais e também não exibirão baixas tão grandes como a
de agosto."
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