São Paulo, quinta-feira, 03 de julho de 2008

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GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br

Mantega troca Appy por Nelson Barbosa

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, decidiu promover o atual secretário de Acompanhamento Econômico do ministério, Nelson Barbosa, para o lugar de Bernard Appy, na Secretaria de Política Econômica. Appy irá ocupar uma nova secretaria dedicada às reformas estruturais da economia, em especial a reforma tributária. A troca de guardas deve ser publicada hoje no "Diário Oficial".
Com a mudança, Nelson Barbosa se torna o principal formulador de política econômica da Fazenda, o que, na prática, já vinha acontecendo há algum tempo. Mestre em economia pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e Ph.D. pela faculdade americana New School for Social Research, Barbosa acompanha Mantega desde o início do governo.
Barbosa assessorou Mantega no Planejamento, depois no BNDES e foi com o ministro para a Fazenda. No ano passado, recusou convite para voltar a lecionar na New School.
Barbosa participou das principais decisões econômicas da Fazenda, desde que Mantega assumiu a pasta. Ele e Mantega têm visões muito parecidas sobre a economia e freqüentemente divergentes das opiniões do Banco Central.
Já Appy está na Fazenda desde a época do atual deputado Antonio Palocci (PT-SP) no Ministério da Fazenda. Sua linha de pensamento sempre foi mais identificada com a de Palocci e do próprio Banco Central, mas nunca entrou em atrito com Mantega.
Economista graduado pela USP com mestrado na Unicamp, Appy também tem se dedicado prioritariamente à concepção e à discussão da reforma tributária. Há algum tempo essa é sua prioridade na Fazenda.
Ao promover essa mudança no ministério, o que Mantega fez foi simplesmente tornar de direito uma realidade que já se vivia de fato na Fazenda.
Ao justificar essa alteração, Mantega disse que se trata de um reforço que a Fazenda pretende dar às reformas, daí a criação do novo posto e a nomeação de Appy para o cargo. Ele acha as reformas estruturais prioritárias.

ESTÚDIO E AÇÃO
A Quanta e a Motion se fundiram e lançam os Estúdios Quanta. A empresa tem um complexo com quatro estúdios na vila Leopoldina, em São Paulo, alugado para produzir comerciais e programas de TV. O investimento foi de cerca de R$ 16 milhões, entre recursos dos sócios e empréstimos do BNDES. O sócio Lutz Döbberthin diz que, em 2009, construirá um quinto estúdio e, no futuro, pode se expandir para Rio, Porto Alegre e Salvador.

Pesquisa já mostra pessimismo nos empresários com juros e inflação

A alta dos juros e a pressão da inflação começam a gerar pessimismo nos empresários. Embora 67% esperem aumento no faturamento neste ano, o que iguala a projeção de 2007, quando o otimismo foi de 66%, a intenção de aumentar os investimentos (53%) é menor do que em 2007 (58%).
A conclusão está na pesquisa de perspectiva empresarial do terceiro trimestre da Serasa, feita de 2 a 10 de junho com 1.010 presidentes, diretores e economistas-chefes da indústria, do comércio, dos serviços e de instituições financeiras. É a primeira pesquisa que mostra o reflexo do aumento de juros e da inflação nas empresas.
Cerca de 67% dos entrevistados dizem esperar alta de juros em 2008. Em 2007, essa era a aposta de 48% das companhias.
Os mais pessimistas em relação ao aperto monetário são as instituições financeiras -a previsão de alta da Selic é de 82%. Nos serviços, o percentual é de 68%, na indústria, de 67%, e, no comércio, de 64%.
Os empresários também apostam em alta da inflação. A previsão de aumento de preços foi feita por 83% dos entrevistados. Em 2007, 32% dos empresários tinham essa expectativa, o que representava o mesmo percentual do ano anterior.
O atual cenário da economia também deve fazer com que a inadimplência aumente. Segundo a pesquisa, 61% dos empresários esperam aumento do índice neste ano.

DANÇA DAS CADEIRAS
Depois de seis anos à frente da petroquímica Braskem, o executivo José Carlos Grubisich parte para um novo desafio: vai comandar o setor de álcool da Odebrecht. O grupo elegeu o setor de biocombustíveis como uma de suas prioridades a partir deste ano. A cadeira de Grubisich na Braskem será ocupada por Bernardo Gradin, que já pertenceu à área de química da Odebrecht.

CONTINENTE
A diretoria da Eletrobrás criou a superintendência internacional da empresa. Foi o primeiro passo para a internacionalização. A superintendência já está negociando com a Venezuela para a interligação das linhas de transmissão entre a hidrelétrica de Guri e Manaus.

PASSE
A Safdié Private Banking, plataforma local de gestão de fortunas do Banque Safdié, sediado na Suíça, contratou Eduardo Barci Foz, ex-sócio da Turim Investimentos. Foz, que foi fundador do escritório da instituição em SP, deixa a sociedade da Turim após quatro anos.

PORTA-JÓIAS
Patricia Assui, que acaba de assumir a gerência geral da Tiffany no Brasil, deverá promover parcerias; a marca, que não tem hábito de criar eventos em conjunto, neste ano, fechou com o shopping Iguatemi e prepara evento de filantropia; a nova estratégia inclui buscar parceiros para outros eventos na Tiffany; segundo Assui, a marca, que abriu no shopping Cidade Jardim, está fazendo estudo de viabilidade para a abrir mais lojas no país


com JOANA CUNHA e VERENA FORNETTI


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