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Bolsa cai 3,6%; saída de estrangeiro é recorde
Em junho, operação com capital externo foi negativa em R$ 7,4 bi; dados da economia dos EUA e alta do petróleo desanimam
Ações de siderúrgicas têm
perdas superiores a 7%,
e queda da Bovespa no
ano chega a 4,35%; barril
vai a US$ 143,57 em NY
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Quem aplica no mercado
acionário teve mais um dia de
decepção ontem, quando a Bovespa enfrentou um pregão de
perdas expressivas. A Bolsa de
Valores de São Paulo encerrou
as operações com queda de
3,61% -a maior baixa em um
pregão desde 19 de março.
Em Wall Street, as ações
também se depreciaram, e o índice Dow Jones encerrou com
desvalorização de 1,46%. A Bolsa eletrônica Nasdaq, que concentra os papéis de empresas
de alta tecnologia, caiu 2,32%.
A Bovespa, com os 61.106
pontos do fechamento de ontem, recuou para seu mais baixo nível desde o fim de março. A
queda acumulada no ano passou a ser de 4,35%.
"A crise americana ainda está
no centro das preocupações. E
temos visto que os estrangeiros
seguem saindo da Bolsa. O curto prazo é muito incerto para o
mercado acionário", avalia André Simões, do Modal Asset
Management.
Os estrangeiros têm sido destaque na ponta de venda nas últimas semanas. Em junho, o
saldo das operações da categoria ficou negativo em R$ 7,41 bilhões, sendo o pior resultado
mensal da história. Como representam 35% das operações
da Bolsa, sua saída tem forte
peso no resultado do mercado.
Para piorar o clima, o Citigroup divulgou relatório ontem
no qual rebaixou sua projeção
para o índice Ibovespa para a
faixa de 60 mil pontos.
O mercado internacional se
depreciou em um dia marcado
pela quebra de mais um recorde no preço do petróleo e novas
preocupações com a economia
americana, onde foi anunciada
a perda de 79 mil postos de trabalho pelas companhias privadas, sendo a maior queda em
mais de cinco anos.
O Departamento de Trabalho dos EUA divulga hoje seus
dados oficiais sobre o mercado
de trabalho, que, se confirmarem os prognósticos negativos,
podem prejudicar as Bolsas.
Na Europa, o dia não foi melhor. As Bolsas de Paris e de
Londres se destacaram com
quedas de 1,03% e 0,98%.
O novo recorde alcançado
pelo barril de petróleo desagradou ao mercado, pois a alta do
produto pode resultar em inflação maior e crescimento econômico menor. Em Nova York,
o petróleo subiu a inéditos US$
143,57, com alta de 1,84%.
Nem mesmo as ações da Petrobras, que em muitos momentos reagiram de forma positiva à escalada do petróleo,
escaparam das perdas ontem.
Houve perdas de 4,57% nos papéis PN da companhia e de
4,08% nos ON.
Ricardo Silveira, professor de
Finanças da Integração Escola
de Negócios, diz que o "petróleo é um relevante fator de
preocupação, que encarece o
custo das economias". Silveira
alerta de que ainda há ações
"caras dentro do Ibovespa".
"Não acredito que neste ano a
Bolsa venha a ter rentabilidades expressivas, como ocorreu
entre 2003 e 2007", diz.
Alta no ano
O setor que mais perdeu ontem na Bolsa foi o siderúrgico.
Analistas afirmam que papéis
do segmento seguem com altas
expressivas, estimulando as
vendas. Compondo as maiores
quedas de ontem, apareceram:
CSN ON, com desvalorização
de 7,49%; Gerdau PN, com baixa de 7,10%; e Usiminas PNA
(-4,64%). Mas, no acumulado
de 2008, esses papéis têm valorizações ainda bem fortes: Gerdau PN tem ganhos de 39,5%;
Usiminas PNA, de 33,5%; e
CSN ON, de 23,2%.
No mercado de câmbio, o dólar encerrou as operações de
ontem com depreciação de
0,12%, vendido a R$ 1,603.
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