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São Paulo terá dois outlets de luxo até 2010
Estimativa é que estabelecimentos, em Itupeva e em São Roque, vendam produtos de grife com descontos de até 70%
Fortalecimento da economia
brasileira estimula grifes a
descongelarem planos para o
país; negócios de luxo devem
faturar US$ 6,75 bi em 2008
CLAUDIA ROLLI
JULIO WIZIACK
DA REPORTAGEM LOCAL
São Paulo vai ganhar dois outlets de luxo até 2010 para atender a consumidores acostumados a viajar ao exterior em busca de descontos de até 70% nas
compras de produtos de grifes.
O primeiro deles, o Premium
Outlets São Paulo, vai abrir as
suas portas em novembro deste
ano em Itupeva, a cerca de 70
km da capital. O segundo está
previsto para ser inaugurado
em dois anos em São Roque (a
67 km da capital), como parte
de um projeto de um novo bairro nessa cidade -o Parque Catarina.
O lançamento desses dois
outlets de luxo reflete o amadurecimento do setor, apesar de
os empreendimentos surgirem
com atraso em relação aos demais países. Em menos de uma
década, o Brasil abriu suas portas para as grifes de luxo estrangeiras e viu se consolidarem marcas nacionais.
Com investimento de R$ 80
milhões, o outlet de Itupeva, localizado ao lado do shopping
SerrAzul, na rodovia dos Bandeirantes, terá cerca de cem lojas, com 200 a 800 metros quadrados cada uma.
A maior delas será a Armani,
uma das 60 que já assinaram
contrato com o shopping. Na
lista das grifes que se instalarão
no shopping, estão Diesel, Calvin Klein, Adidas, Puma, entre
outras. Nike, Hugo Boss, Ermenegildo Zegna, Ralph Lauren e
Tommy Hilfiger estão em fase
final de negociação, segundo a
Folha apurou.
Metade das marcas que serão
vendidas no local deve ser nacional, e o restante, estrangeira.
A estimativa é que o faturamento bruto das cem lojas chegue a R$ 312 milhões ao ano.
Para Carlos Ferreirinha, diretor-presidente da consultoria especializada em luxo MCF
e ex-presidente da Louis Vuitton no Brasil, nos artigos de coleções passadas, os descontos
deverão girar em torno de 70%.
Nas peças atuais, entre 10% e
15%. "Na média, o outlet só faz
sentido para descontos médios
de 30%", afirma.
Nos EUA, esse negócio deu
tão certo que 40% das vendas
de grifes como Ralph Lauren
são feitas em outlet. "É uma
oportunidade para escoar os
estoques, as antigas coleções,
mantendo a imagem das marcas, a identidade e seu padrão
de atendimento", diz André
Costa, diretor de transações da
Jones Lang LaSalle-Brasil, uma
das consultorias responsáveis
pela venda de espaços.
Fora do Brasil, segundo o
consultor, há uma indústria
voltada para o segmento de outlets. No Brasil, ao menos cinco
marcas nacionais já informaram que pretendem fabricar
produtos exclusivos para atender a esse mercado.
São Roque
O Parque Catarina deve ser
lançado neste ano no bairro de
mesmo nome em São Roque. A
previsão é que o outlet esteja
pronto em 2010.
No empreendimento, haverá
área para lazer, com spa, centro
eqüestre, minizoo, clubes, além
de um centro comercial e o
shopping center outlet de marcas premium. Várias grifes já
foram procuradas, mas ainda
não há negócios firmados, segundo informaram.
Sem revelar valores, a JHFS,
construtora responsável pelo
negócio, confirma o projeto e
afirma que prevê ainda o lançamento de um hospital, um centro educacional integrado -até
uma universidade deve se instalar no local-, escritórios comerciais e igreja, além de casas
e apartamentos.
Luxo no Brasil
O fortalecimento da economia brasileira, que culminou
com o grau de investimento
conferido por duas agências de
risco, estimulou as grifes a descongelarem seus planos para o
país. Hermés e Gucci estão entre as que decidiram desembarcar no país com lojas próprias.
Enquanto isso, grifes instaladas há mais tempo -como Hugo Boss, Armani, Ermenegildo
Zegna- se consolidaram em
pontos tradicionais de venda
(lojas e shoppings).
São elas que agora se voltam
aos outlets, um empreendimento com custo operacional
mais baixo -aluguéis 50% mais
baratos do que os dos shoppings tradicionais e custos com
condomínios entre 50% e 70%
menores- e que oferece condições para "desovar" estoque.
Os negócios de luxo devem
faturar US$ 6,75 bilhões em
2008, contra US$ 2,95 bilhões
em 2005. Em dois anos, o investimento saltou de US$ 420
milhões para US$ 790 milhões,
em 2008, considerando campanhas de marketing, despesas
com a construção de lojas e a
compra de mercadorias.
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