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Mercado Aberto
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br
BC deve manter alta de 0,75 ponto na Selic, afirma LCA
Apesar da melhora das projeções para a inflação deste ano, o
Banco Central vai continuar a
adotar uma posição conservadora nas próximas reuniões e
só vai interromper o aumento
dos juros no ano que vem. Essa
é a tese da LCA, que prevê elevação de 0,75 ponto percentual
na Selic na próxima semana.
De acordo com o boletim Focus, divulgado pelo BC a partir
das expectativas do mercado, a
projeção para o IPCA caiu pela
quinta semana seguida. Os analistas acreditam que a inflação
não ultrapassará o teto da meta
e que fechará o ano em 6,32%
-na edição anterior, a expectativa era de 6,34%.
Para a consultoria, a desaceleração da inflação ainda é incipiente, mesmo com a moderação do ritmo da inflação em julho e em agosto. "Os preços do
petróleo e dos alimentos estão
ensaiando uma acomodação
em níveis ainda elevados", diz
relatório da consultoria.
Francisco Pessoa Faria, economista da LCA, diz, entretanto, que o cenário externo pode
ajudar a controlar a alta de preços e levar a inflação rumo ao
centro da meta em 2009. A
LCA prevê que o BC interrompa o aumento dos juros na primeira reunião do ano que vem.
"Se a cotação do barril de petróleo ficar abaixo de US$ 110, é
possível desengatilhar um possível aumento do preço da gasolina e do aço", diz Faria.
No mercado interno, a LCA
argumenta que ainda não surgiram evidências recentes que
reduzam o desconforto que o
BC tem demonstrado com o
aquecimento da atividade econômica doméstica.
O dinamismo do crédito, a tímida redução do consumo e o
bom desempenho do mercado
de trabalho provam que a economia continua aquecida neste
ano, afirma a consultoria.
Segundo a LCA, a trajetória
da inflação nos próximos meses será de desaceleração lenta
e irregular. A expectativa é que,
além do aumento de 0,75 ponto
percentual na próxima semana,
o BC aumente a taxa de juros
mais duas vezes neste ano, em
0,5 ponto percentual em cada
uma das duas reuniões do quarto semestre, até que a Selic feche o ano em 14,75%.
AOS QUATRO VENTOS
A multinacional de origem argentina Impsa investirá R$ 220 milhões na
fábrica de geradores de
energia eólica que será
inaugurada no sábado no
porto de Suape, em Pernambuco. Até agora, os
investimentos totalizaram
R$ 145 milhões. A empresa pretende exportar os
geradores, mas, inicialmente, vai focar no mercado interno. "O Brasil está na vanguarda em energias alternativas e, comparado a outros países, há
uma política forte para o
setor", diz Luis Pescarmona, presidente da multinacional. Ele afirma que
os financiamentos de longo prazo disponíveis no
país devem ajudar as vendas locais. Além de fornecer equipamentos, a Impsa também fará geração
de energia. A companhia é
responsável pela construção de 13 parques eólicos
-foram iniciadas as obras
de 3 deles no Nordeste e
10 começam a ser montados em Santa Catarina
neste mês.
NO CAIXA
Os correspondentes bancários já são responsáveis
por 1,6 bilhão de transações
ao ano, ou 6 milhões de pagamentos e recebimentos
por dia, considerando só
dias úteis. O canal também
causou crescimento nas
operações de crédito -de
9.000 em 2002 para 513 mil
em 2007. O aumento de canais alternativos para atendimento bancário é um dos
temas do seminário sobre
microfinanças que o Banco
Central promove de 29 deste mês a 1º de outubro, em
Belo Horizonte, em parceria
com o Sebrae. As inscrições
vão até o dia 15 no site do BC.
NA SACOLA
O merchandising em
shoppings do Brasil cresceu
60% nos últimos dois anos,
segundo estudo do Ibope para a Abrasce. O setor automotivo e de concessionárias
representa 85% dos anunciantes. O estudo será divulgado em congresso, em SP,
na próxima semana.
NA PISTA
O ex-piloto de F-1 Tarso Marques, hoje na Stock Car
Brasil, vai investir em entretenimento. Marques, que
atualmente comanda uma empresa que customiza veículos de luxo, abrirá uma unidade do Cafe de la Musique em
Curitiba. Com R$ 2,5 milhões, a unidade segue o cardápio
da casa paulistana. Para Kadu Paes, sócio de Marques, a
idéia é abrir três unidades por ano, até o fim de 2010.
NA FLORESTA
Jeans Stoltenberg, primeiro-ministro norueguês,
chega ao Brasil no dia 15 para a Rio Oil & Gas 2008. Stoltenberg também vai a Santarém (PA) conhecer projetos
sobre reflorestamento e
questões indígenas.
Nº de falências decretadas cai 37% até agosto
O volume de falências decretadas caiu 37,5% de janeiro a agosto em relação ao
mesmo período do ano passado e registrou a maior queda desde a nova Lei de Falências, de 2005, aponta o indicador Serasa de Falências e Recuperações.
Nos oito primeiros meses
do ano, foram decretadas
656 falências, contra 1.050
no mesmo período de 2007.
A redução das falências requeridas, até agosto, foi de
23% (1.505 pedidos em 2008
e 1.960 no período anterior).
Carlos Henrique de Almeida, assessor econômico da
Serasa, diz que os números
refletem o amadurecimento
das empresas em relação ao
crédito e à administração dos
empréstimos.
"As empresas estão tomando mais crédito que o
consumidor, mas a inadimplência das pessoas jurídicas
cai, enquanto a dos consumidores sobe", afirma Almeida.
O especialista avalia que,
apesar do aumento dos juros,
que deixou o crédito mais caro no país, as empresas
aprenderam até onde podem
ir ao pedir empréstimos. "É
um comportamento novo na
economia brasileira."
No ano passado, o número
de falências requeridas de janeiro a agosto caiu 29,6% em
relação ao mesmo período de
2006 e o volume de falências
decretadas recuou 26,5%.
De acordo com o levantamento da Serasa, na comparação de agosto de 2008 com
o mesmo mês de 2007, houve
uma queda de 35,8% nas falências decretadas.
com JOANA CUNHA e VERENA FORNETTI
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