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análise
Lula rasga a fantasia em alto-mar
KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Lula rasgou a fantasia ontem na
primeira extração simbólica de petróleo do pré-sal.
Num palanque em alto-mar, sujou as mãos de óleo
e fez marcas no macacão
dele e da ministra Dilma
Rousseff (Casa Civil). Parecia campanha. E era.
Lula já vem fazendo política com o pré-sal. Interessa a ele ser o padrinho
da descoberta na costa
brasileira. Interessa a ele
vitaminar a eventual candidatura de Dilma à Presidência. O petróleo do pré-sal é o combustível ideal.
Lula impõe sua agenda à
oposição quando diz que o
petróleo do pré-sal é um
"bilhete premiado de loteria" que o país deve usar
para investimento maciço
em educação e no combate
à pobreza.
Ao dar a Dilma a posição
de madrinha do pré-sal, o
presidente associa fatos
positivos a uma ministra
que, por ora, não é competitiva nas pesquisas sobre
a sucessão de 2010.
Como faltam dois anos
para a eleição, Dilma tem
tempo de sobra para popularizar a imagem e aprender a fazer campanha. Na
véspera da extração do
pré-sal, ela dançou e tocou
reco-reco num evento petista em Vitória. Não há a
menor dúvida de que ela
aceitou a empreitada. Lula
tem dito que Dilma está
"pegando o jeito" para
concorrer ao Planalto.
Na campanha do "Pré-Sal é Nosso", o risco de Lula é gerar falsas expectativas e fazer demagogia. O
próprio governo prevê exploração em larga escala
só em 2014 -ironicamente, o último ano do sucessor do petista.
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