|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Dólar vai a R$ 1,665, maior cotação desde maio
Moeda avança no exterior; Bolsa cai 1,4% com Petrobras
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O dólar deu sinais ontem de
que seu período de enfraquecimento pode ter ficado para
trás. A moeda norte-americana
se apreciou diante das principais divisas do mundo, para
atingir picos em relação a várias delas. No mercado doméstico, o dólar subiu 1,15%, para
R$ 1,665, em sua mais elevada
cotação desde maio.
A depreciação do petróleo,
que chegou a ser negociado a
US$ 105 ontem, abriu espaço
para o dólar se recuperar. Diante do euro, a moeda americana
alcançou ontem seu mais alto
valor em quase sete meses, para
fechar com valorização de 1%, a
US$ 1,452. Em relação à libra
esterlina, obteve ontem a
maior cotação em dois anos,
com a OCDE prevendo que o
Reino Unido pode entrar em
recessão ainda neste ano.
Na América Latina, destaque
para as desvalorizações de
1,75% do peso colombiano, de
0,38% da moeda chilena e de
0,29% do peso mexicano.
"O petróleo em queda fortalece a moeda norte-americana.
Enquanto isso, o euro sofre
com a elevação do índice de
preços ao produtor na região.
Nesse cenário, era esperado
que o real se desvalorizasse novamente", afirma José Francisco Gonçalves, economista-chefe do Banco Fator.
Após o retorno do feriado, o
barril se desvalorizou em
4,98% em Nova York, sendo
negociado a US$ 109,71 -a menor cotação desde 8 de abril.
Em Londres, o óleo encerrou a
US$ 108,34. Há dois meses, o
petróleo atingiu seu pico, ao superar os US$ 145. O arrefecimento do risco representado
pelo furacão Gustav acabou por
derrubar os preços do petróleo
e das commodities metálicas.
Para a Bovespa, o resultado
foi mais um pregão de queda,
com as ações da Petrobras e das
siderúrgicas encerrando em
baixa. A Bolsa de Valores de São
Paulo caiu 1,37%, para 54.404
pontos. A depreciação no ano
alcança os 14,84%.
Os papéis da Petrobras marcavam queda de 3,21% (preferenciais) e 2,39% (ordinários)
no fim do pregão. Para as siderúrgicas, as perdas foram ainda
mais expressivas: Usiminas
PNA caiu 6,32%; CSN ON recuou 5,78%; e Gerdau ON teve
depreciação de 4,31%.
Em Wall Street, as ações das
petrolíferas também recuaram
e levaram o índice Dow Jones a
encerrar em baixa de 0,23%. Os
papéis da Chevron caíram
3,51%, e os da Exxon Mobil tiveram baixa de 3,36%.
Bancos em alta
O setor bancário evitou que
os pregões nas Bolsas tivessem
resultados mais fracos.
Uma das notícias que deram
fôlego ao setor foi a confirmação por autoridades sul-coreanas de que o Banco Coreano de
Desenvolvimento negocia a
compra de uma relevante participação na instituição financeira americana Lehman Brothers
-cujas ações subiram 0,25%.
Os destaques no mercado
nos EUA ficaram com as ações
de Bank of America (4,78%),
JPMorgan Chase (1,30%) e Citigroup (0,63%).
O mesmo ocorreu no Brasil
-os bancos ajudaram a Bovespa a sentir um pouco menos o
impacto da queda considerável
das siderúrgicas.
Os papéis preferenciais do
Bradesco subiram 2,74%, seguidos por Unibanco units
(1,57%) e Itaú PN (1,11%).
Ontem, a Bovespa divulgou
que, apesar do mau momento
que atravessa o mercado, o investidor pessoa física elevou
sua participação no segmento
acionário. O número de contas
de investidor pessoa física subiu de 528.769 no fim de julho
para 529.089 em agosto. Os dados pertencem a levantamento
da CBLC (Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia).
Texto Anterior: Energia: Conde é derrotado sobre indicação para fundo de Furnas Próximo Texto: Vaivém das commodities Índice
|