São Paulo, sexta-feira, 04 de abril de 2008

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MySpace cria serviço para música

Joint venture com três gravadoras vai permitir download pago e deve entrar no ar em quatro meses

Empresas ainda definem política de preços e avisam que não haverá limite para cópias; acordo é reação à venda menor de CDs e DVDs

CAMILA RODRIGUES
DA REPORTAGEM LOCAL

A News Corp., proprietária da rede social MySpace, da Fox e outros canais de comunicação, uniu-se às gravadoras Sony BMG Music Entertainment, Universal Music Group e Warner Music para criar a joint venture MySpace Music.
O resultado da união, anunciada ontem durante uma teleconferência, será um serviço de download pago e patrocinado de músicas, vídeos e conteúdo para celular. O site ainda não está disponível. "Ele deverá entrar no ar somente daqui quatro meses, mais ou menos", diz Émerson Calegaretti, presidente do MySpace Brasil.
Calegaretti contou que um dos motivos de o serviço ainda não ter sido lançado é que as empresas ainda estão definindo sua política de preços, já que as músicas não terão DRM (em tradução livre, gerenciamento de direitos digitais), uma tecnologia de proteção que limita ou inibe o número de cópias e é usada para garantir os direitos autorais.
A empresa ainda não revelou o valor dos conteúdos; o presidente-executivo da empresa, Chris DeWolfe, disse apenas que os preços serão bastante acessíveis e que os formatos das músicas e dos vídeos serão compatíveis com iPod e outros modelos de tocadores.
Entre os principais concorrentes da MySpace Music, estão o iTunes, loja virtual da Apple, e a loja de música da Amazon.com, que é linkada em perfis de músicos da rede social Last.fm, especializada em música. Ambas ainda não estão disponíveis para brasileiros.
Segundo o comunicado oficial, o site conterá também páginas com informações, fotos e vídeos (como os perfis do Orkut) dos mais de 5 milhões de artistas contratados pelas gravadoras.

Downloads e discos
A criação da joint venture é uma reação das gravadoras à queda na venda de CDs e DVDs -segundo pesquisa do Digital Entertainment Group, o ano passado foi a primeira vez em que a venda e o aluguel de DVDs caiu nos EUA. O índice foi de 3%. No Brasil, estudo da ABPD (Associação Brasileira dos Produtores de Discos) apontou queda de 31,2% nas vendas de CDs e DVDs.
Enquanto isso, o comércio de música digital cresceu 40% e movimentou cerca de US$ 2,9 bilhões no mundo, segundo relatório da IFPI (Federação Internacional da Indústria Fonográfica). A entidade não disponibilizou os dados mundiais sobre a queda nas vendas de CDs e DVDs.
O serviço também terá ferramentas para músicos independentes, segundo o comunicado oficial. Calegaretti disse que eles poderão vender músicas e ingressos para seus shows usando ferramentas gratuitas do site.

Patrocínio
A empresa está testando nos Estados Unidos o modelo de conteúdo patrocinado, diz Calegaretti. "Há 15 dias, lançaram um álbum exclusivo de uma banda de punk, a Pennywise. Para adquirir o álbum, era só se tornar amigo de um perfil de uma empresa de comunicação [norte-americana Textandgo]. Acho que esse é o caminho que as empresas vão seguir. Elas vão se interessar em patrocinar álbum de artistas lançados pela internet."
No Brasil, a gravadora Trama oferece desde o ano passado o que ela chama de "download remunerado": uma empresa patrocina o site de um artista, que ganha a cada vez que alguém baixa sua música no site.


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