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Estado foca infra-estrutura para atrair investidor
TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL
Responsável pela estratégia
econômica do governo paulista, o vice-governador Alberto
Goldman, que também responde pela Secretaria de Desenvolvimento, quer canalizar parte
do dinheiro arrecadado para
alavancar novos investimentos
e defender São Paulo de outros
Estados na guerra fiscal.
Segundo o vice-governador,
as áreas que mais receberão
atenção serão a de transporte
viário e ferroviário, portos,
energia, pesquisa tecnológica e
formação de quadros técnicos.
"A questão estratégica é trazer
investimentos. Como se usa
[essa arrecadação extra] é uma
questão de prioridade do governador. Nós vamos nos preocupar em melhorar as condições de atrair investimentos."
Para isso, Goldman terá duas
agências: uma de promoção de
investimentos, chamada Investe São Paulo, que funcionará
como uma "porta de entrada"
de novos investidores; e outra
de fomento, que será uma espécie de BNDES paulista.
Com capital aprovado de R$ 1
bilhão, a agência de fomento
precisa de autorização do Banco Central para entrar em operação, o que deve acontecer
ainda em setembro. O governador José Serra afirmou que
10% do dinheiro arrecadado
com a venda da Nossa Caixa deverá ir para a agência. "O foco
são as empresas de alto valor
agregado, como setor químico e
de subprodutos do álcool. Não é
para commodities", disse.
Já a agência de promoção de
investimentos foi criada há
duas semanas e deverá contar
com cerca de 25 pessoas. Quando "captar" um investidor potencial, deverá equacionar todas as demandas -tributárias,
ambientais, de infra-estrutura
de transportes, energia, água
etc.- com o objetivo de "desobstruir" e acelerar os investimentos. "Essa agência vai fazer
a interlocução das diversas secretarias. Vai articular a desobstrução de fatores que estejam dificultando ou que possam apressar investimento."
Goldman afirmou que o Estado discute hoje a criação do
trecho sul do ferroanel, que facilitará a ligação com o porto de
Santos. O governo também
quer viabilizar o porto privado
de Peruíbe, projeto do empresário Eike Batista, e ampliar a
capacidade dos portos de Santos e de São Sebastião.
"Hoje, todo o transporte de
carga passa por dentro da cidade de São Paulo. É uma aberração. É um gargalo, que também
está sendo eliminado por meio
do Rodoanel -preocupa-nos
muito a ampliação dos aeroportos, que são do governo federal, e que não saem do papel."
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