São Paulo, quinta-feira, 04 de setembro de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Estratégia para elevar exportação terá R$ 34 bi

Recursos estavam previstos e incluem obras do PAC na melhoria dos portos

Ampliação do acesso a mercados, principal reivindicação da indústria e do campo, receberá apenas R$ 9,6 milhões

IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Em reação à competição cada vez mais acirrada no mercado global, o Ministério do Desenvolvimento divulgou ontem a Estratégia Brasileira de Exportação, compilando iniciativas da nova política industrial e criando mecanismos para a fiscalização das propostas.
Ao todo, R$ 34 bilhões serão gastos para estimular a venda de bens e serviços brasileiros para o exterior -o dinheiro já estava previsto e inclui obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) na melhoria de portos.
O governo classificou R$ 21 bilhões para o aumento da competitividade dos produtos brasileiros, com crédito para empresas e melhoria da infra-estrutura logística. As obras do PAC entram nesse quesito.
A estratégia diz que R$ 4,2 bilhões serão usados para agregar valor às exportações, por meio de incentivos à inovação e financiamento de cadeias produtivas. A capacitação de micro e pequenas empresas terá R$ 8,3 bilhões, e as exportações de serviços, R$ 1 bilhão.
Todo o dinheiro será destinado por linhas e programas já existentes ou previstos no Orçamento de 2009.
Já a ampliação do acesso a mercados, principal reivindicação tanto da indústria quanto do campo, receberá apenas R$ 9,6 milhões, para negociação de acordos, produção de inteligência comercial, incentivos para a internacionalização de empresas e superação de barreiras não-tarifárias.
O documento estabelece como prioridade a negociação de acordos comerciais com Conselho de Cooperação do Golfo, Marrocos, Egito, Turquia, Jordânia, União Européia, México, Índia, União Aduaneira da África do Sul e Rússia.
Os EUA, que são a maior economia e os maior consumidores de importados do mundo, não são listados como prioridade. O país aparece como 1 entre 17 alvos de promoção comercial da Apex (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos).
O objetivo da estratégia é tornar mais transparente o acompanhamento das medidas do governo. O documento alinha consensos de 40 órgãos do governo, para evitar críticas públicas como as feitas pelo ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, contra o Itamaraty durante a última reunião da Rodada Doha.
A meta é atingir 1,25% do comércio mundial -que hoje eqüivaleria a US$ 210 bilhões- e elevar em 10% o número de micro e pequenas empresas exportadoras. As exportações brasileiras nos últimos 12 meses fecharam em US$ 189,9 bilhões. Entre 2003 e 2007, o número de micro e pequenas exportadoras cresceu 26%.


Texto Anterior: Vaivém das commodities
Próximo Texto: Gasto privado com saúde supera o estatal
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.