|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Produção e vendas na indústria batem recorde no semestre
Puxado pelo mercado interno, crescimento é o maior desde 2003, segundo a CNI; emprego e massa de salários também avançam
Para economista, ritmo da
atividade industrial deve se
desacelerar sob reflexo do
aumento dos juros; uso da
capacidade instalada sobe
LUCIANA OTONI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O setor industrial bateu recorde de faturamento e produção no primeiro semestre. Segundo a CNI (Confederação
Nacional da Indústria), de janeiro a junho as indústrias registraram alta de 8,4% nas receitas e de 5,9% na produção
ante o primeiro semestre de
2007, configurando os maiores
percentuais desde 2003, quando os indicadores do setor começaram a ser pesquisados.
O emprego nas indústrias aumentou 4,4%. Esse desempenho representou o melhor primeiro semestre desde 2005,
quando a variação havia sido de
5,4%. Sob essa mesma base de
comparação, a massa de salários pagos aos operários ficou
5,6% maior.
Já o uso da capacidade instalada no primeiro semestre foi
de 83,3 (numa base de 100), tido como elevado para padrões
tradicionais do setor. Ao comentar esse nível, Paulo Mol,
economista da CNI, disse que o
uso intensivo do parque fabril é
positivo por ser fator de estímulo ao investimento. Segundo ele, a tendência é a expansão
do investimento nas indústrias
na segunda metade do ano.
O uso da capacidade instalada reflete as condições operacionais das indústrias em atender a demanda sem que haja
pressão de preços. É, também,
um dos principais indicadores
analisados pelo BC nas decisões sobre aumento dos juros.
Especificamente em junho,
todos os indicadores apresentaram alta tanto na comparação com maio como na comparação com junho de 2007. O
destaque foi, mais uma vez, o
faturamento, que avançou
10,5% ante junho do ano passado e 2% sobre maio.
Os setores que apresentaram
os maiores percentuais de aumento da receita foram as indústrias de aviões e motos,
montadoras de veículos, fábricas de material eletrônico, de
máquinas e equipamentos, de
refino de álcool, de papel e celulose e fábrica de metais.
Para Paulo Mol, os bons resultados refletem o mercado
interno, que se mantém ano como o motor da economia.
A CNI analisa que o ritmo intenso da atividade industrial
tende a ser manter, mas com
desaceleração, devido à elevada
base de comparação com os
primeiros seis meses do ano e
como efeito da decisão do governo de combater a inflação
por meio da elevação dos juros.
A alta dos juros encarece o
crédito a empresas e consumidores e provoca redução do ritmo de expansão da economia.
Texto Anterior: Projeção para taxa de inflação pára de subir Próximo Texto: Emprego na construção civil dobra em 1 ano Índice
|