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Dell quer vender suas fábricas, diz jornal
Fabricante de PCs pretende terceirizar produção e diminuir custos, afirma "WSJ'
Lucro da Dell caiu 17% no
segundo trimestre ante os mesmos meses de 2007, apesar de receita ter subido 11% no mesmo período
DA REDAÇÃO
A Dell, uma das maiores fabricantes de computadores
pessoais do mundo, pretende
vender as suas fábricas e terceirizar a produção, de acordo
com o "Wall Street Journal". A
intenção da medida é diminuir
os custos e aumentar o lucro da
companhia.
Segundo o jornal, a Dell tem
buscado negociar as suas fábricas nos últimos meses com
uma série de fabricantes de
computadores. Ainda de acordo com o "Wall Street Journal",
uma pessoa que conhece os planos da empresa disse que a Dell
pretende vender a maior parte
das suas fábricas nos próximos
18 meses, se não todas, e fazer
acordo com os compradores
para que eles continuem fabricando PCs para ela. Outras fábricas, no entanto, poderão ser
fechadas. A Dell tem fábricas
no Brasil -uma delas inaugurada em 2007, em Hortolândia
(SP). Os mais prováveis interessados, diz o jornal, são grandes fabricantes asiáticos.
Uma das dificuldades da empresa para encontrar compradores seriam os altos custos dos
funcionários nos EUA, onde está concentrada a maior parte
das suas fábricas.
Apesar de ter faturado US$
16,4 bilhões no segundo trimestre (11% mais que no mesmo período do ano passado), o
lucro da empresa caiu 17% de
abril a junho na comparação
com os mesmos meses de 2007,
para US$ 616 milhões. Desde o
anúncio do resultado na semana passada, as ações da companhia caíram 19,1%. Ontem, porém, elas tiveram alta de 0,25%.
A empresa, pioneira na venda direta de PCs aos consumidores pela internet, vem enfrentando dificuldades com a
mudança do cenário no mercado de computadores. As fábricas da empresa foram pensadas
para atender clientes corporativos, com grandes pedidos de
PCs. Nos últimos anos, no entanto, boa parte do crescimento tem ocorrido no setor de laptops vendidos em lojas, em que
o modelo da Dell já não é considerado o mais econômico.
Até mesmo para tentar enfrentar essas mudanças, a Dell,
no ano passado, mudou a sua
política de só vender diretamente aos consumidores e passou a comercializar seus computadores na rede Wal-Mart, a
maior cadeia varejista do mundo, inclusive no Brasil. Na Europa, ela negociou acordo semelhante com o Carrefour.
Procurado pelo "Wall Street
Journal" para comentar a reportagem sobre a venda das fábricas, um porta-voz da Dell
afirmou que a empresa "continua a expandir o uso de parcerias para a fabricação de design
original e a relação de terceirização da produção". A mesma
frase foi usada pela Dell em um
documento entregue à SEC (a
CVM norte-americana) no começo do ano.
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