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RASCUNHO DE CRESCIMENTO
Vendas na indústria e arrecadação de ICMS em SP crescem no primeiro trimestre do ano
Após recuo, economia dá sinais de retomada
GUILHERME BARROS
EDITOR DO PAINEL S.A.
VINICIUS MOTA
SECRETÁRIO-ASSISTENTE DE REDAÇÃO
A economia saiu da UTI no segundo semestre do ano passado,
andou mancando pelo quarto em
fevereiro deste ano e colocou o pé
para fora do hospital em março.
Os indicadores de abril ainda são
uma incógnita, mas números obtidos pela Folha mostram que pelo menos no primeiro trimestre a
indústria vitaminou o doente.
A CNI (Confederação Nacional
da Indústria) vai anunciar amanhã que nos primeiros três meses
deste ano as fábricas do país venderam 9,9% a mais do que no início de 2003. Na comparação com
o último trimestre do ano passado, a indústria cresceu 5%.
"Os salários [da indústria] subiram 5% neste primeiro trimestre.
Os números desmentem essa percepção pessimista que está contaminando o mercado", diz Armando Monteiro, presidente da
CNI. No ano passado, os salários
da indústria haviam caído 14%.
Arrecadação
Outros dados indicam uma retomada mais firme da economia.
A arrecadação de impostos em
São Paulo cresce desde o início do
ano. No trimestre terminado em
abril, a arrecadação cresceu 1%
sobre o trimestre terminado em
março. De janeiro a abril, o crescimento foi de 2,9% na comparação
com igual período de 2003.
"A economia está mais ativa
neste ano do que estava no ano
passado, mas especialmente por
causa das exportações, e não do
mercado interno", afirma Claudio Vaz, diretor da Fiesp. A incógnita é se a retomada continua no
segundo trimestre, em um contexto de incerteza e tensão no setor financeiro, que teme as altas
dos juros nos EUA e do petróleo.
Pessimistas X otimistas
O presidente do grupo Votorantim, Antônio Ermírio de Moraes,
considera que o desempenho da
indústria ainda está muito dependente do mercado externo.
"Se não fosse pela exportação,
estaríamos parados", afirma o
empresário.
Já o presidente da Fiesp, Horacio Lafer Piva, acredita que o Brasil vá crescer os 3,5% do PIB previstos para este ano, mas considera esse número insuficiente diante das necessidades do país.
Para Piva, o país deveria crescer
a taxas de 5,5% anuais para absorver a massa de 1,5 milhão de jovens que entram todos os anos no
mercado de trabalho.
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