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BCs elogiam ação, mas alertam para riscos
Para Trichet, presidente do Banco Central Europeu, a economia mundial continua em crise e a inflação está à espreita
Com a intervenção da Casa Branca no domingo, as principais Bolsas européias (Londres, Paris e Frankfurt) fecharam ontem em alta
MARCELO NINIO
DE GENEBRA
A decisão do governo americano de assumir o controle das
principais operadores de crédito imobiliário do país foi aplaudida pelos presidentes dos
maiores bancos centrais do
mundo, que ontem estiveram
reunidos em Basiléia (Suíça). O
resgate bilionário também
tranqüilizou os mercados financeiros da Europa, que tiveram altas significativas.
Mas o presidente do BCE
(Banco Central Europeu),
Jean-Claude Trichet, alertou
que a economia mundial continua em crise e que a inflação está à espreita. Falando em seu
habitual estilo comedido, Trichet elogiou a ação nos EUA.
"Foi uma decisão muito importante e bem-vinda, levando em
conta as circunstâncias."
A intervenção da Casa Branca reanimou as principais Bolsas européias, que na semana
passada haviam desabado devido ao pessimismo mundial.
Houve altas em Londres
(3,92%), em Paris (3,42%) e em
Frankfurt (2,22%).
Há dois meses, o BIS (Banco
para Compensações Internacionais, espécie de banco dos
bancos centrais) afirmou em
seu relatório anual que o mundo vivia a pior turbulência financeira desde a Segunda
Guerra, e que se aproximava de
um "ponto crítico", numa perigosa convergência entre desaquecimento econômico e alta
da inflação.
Embora menos dramático,
ontem Trichet repetiu o diagnóstico negativo. "Os riscos
permanecem e é essencial
manter uma posição de alerta",
disse, falando em nome dos demais BCs que participaram da
reunião do BIS.
Como em reuniões anteriores do BIS, Trichet voltou a elogiar o desempenho dos países
emergentes, e atribuiu a eles a
"forte resistência" da economia
global. Mas ressaltou que nenhum país foi poupado completamente das turbulências
recentes. "Mesmo as economias emergentes , ainda que
crescendo num ritmo muito
elevado, estão vivendo uma
certa desaceleração."
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