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Petrobras quer processar GNL na região do pré-sal
Objetivo é aproveitar gás natural na bacia de Santos
ROBERTO MACHADO
DA SUCURSAL DO RIO
A Petrobras estuda a construção de uma unidade para
transformar o gás natural extraído na bacia de Santos em
GNL (gás natural liquefeito).
Nessas circunstâncias -a 300
quilômetros da costa, em área
de exploração de petróleo em
águas ultraprofundas-, é um
empreendimento que não existe em nenhum outro lugar do
mundo, afirmou ontem a diretora de Gás e Energia da Petrobras, Maria das Graças Foster.
"A gente trata da infra-estrutura para gás de forma integrada, considerando os futuros
prováveis volumes de gás. É
uma nova concepção, que está
em discussão bastante intensa.
Deveremos ter, independentemente de qualquer volume, de
qualquer descoberta, um sistema integrado de logística que
nos dê flexibilidade", disse.
Ainda não há estimativas para o volume de gás natural existente na bacia de Santos -as
previsões para as reservas de
petróleo chegam a ultrapassar
os 70 bilhões de barris. "Podem
até chutar volume de óleo, mas
de gás ninguém tem." Porém os
estudos para o aproveitamento
do gás estão em andamento. A
idéia é transformar o gás natural em GNL na bacia de Santos
e transportá-lo em navios até
unidades de regaseificação para abastecimento doméstico.
"Se tenho dois terminais de
regaseificação, e possivelmente
um terceiro, e tenho navios, para que vou buscar gás na Nigéria, no Qatar? O gás é meu e está
a 300 quilômetros da costa."
Outra possibilidade é exportar
o GNL, caso o mercado interno
esteja atendido. Mas, segundo a
diretora da Petrobras, isso só
será possível se forem encontradas reservas expressivas.
Foster afirma que a unidade
flutuante de GNL terá capacidade para processar de 10 milhões a 20 milhões de metros
cúbicos por dia. Ela reconhece
que ainda não é possível precisar o custo do projeto, mas
adianta que as previsões iniciais são de que fique entre US$
3,5 bilhões e US$ 10 bilhões.
Há 15 dias, a Petrobras inaugurou o primeiro terminal de
regaseificação de GNL, localizado no porto de Pecém, no
Ceará -com capacidade para
processar 7 milhões de metros
cúbicos por dia.
Um segundo terminal está
sendo construído na baía de
Guanabara, no Rio de Janeiro.
E há estudos para a construção
de uma terceira planta, no Sul
do país.
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