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Para a CNI, competitividade da indústria pode ser "sacrificada"
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A ampliação da licença-maternidade poderá "sacrificar" a
competitividade da indústria
brasileira, segundo avaliação
feita em agosto pelo presidente
do Conselho de Relações do
Trabalho da CNI (Confederação Nacional da Indústria),
Francisco Gadelha.
"Não é dureza de coração,
mas quatro meses de licença-maternidade estão de bom tamanho", afirmou Gadelha em
entrevista à Folha.
Também em agosto, o deputado Armando Monteiro Neto
(PTB-PE), presidente da CNI,
afirmou que "a intenção do legislador é generosa, mas o fato
é que [a medida] tem um custo
muito alto para o conjunto da
sociedade" e que poderia haver
outras prioridades.
Preocupado com o custo da
medida para os cofres públicos,
o ministro da Fazenda, Guido
Mantega, chegou a recomendar ao presidente Lula que vetasse o projeto aprovado pelo
Congresso.
Foram dois os argumentos
apresentados para a derrubada
da medida: pressão do setor
produtivo e o impacto fiscal,
que deveria ultrapassar R$ 800
milhões anuais. Com os vetos
presidenciais, esse custo deve
ser reduzido.
No mês passado, em reunião
com líderes partidários que integram o Conselho Político do
governo, Lula não escondeu a
insatisfação com o fato de o
Congresso não ter barrado o
projeto e disse, segundo relatos
de participantes, que "não poderia arcar com o ônus de vetar
um projeto tão popular, um
projeto dessa magnitude".
"Vocês [congressistas] me
botaram uma camisa de força e
agora eu tenho que decidir",
disse o presidente, segundo relatos de presentes ao encontro.
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